Cerca de 50 professores e técnicos de todos os cantos do Brasil, do Chile, Uruguai e Venezuela acompanharam de perto na tarde desta quinta-feira o início do 1º Simpósio Internacional de Beach Tennis realizado na praia da Enseada, no Guarujá (SP), na baixada santista.
Foram mais de três horas de clínicas,exercícios específicos do esporte e palestra do italiano Alex Mingozzi, um dos maiores campeões do esporte com mais de 200 títulos no currículo, entre eles campeonatos mundiais como jogador e como técnico da Seleção Brasileira em 2018 e 2019 em Moscou, na Rússia.
"Tive muitas perguntas ao longo do dia, o que é muito bom mais a clínica, mostrei muitos exercícios novos para eles, alguns estão começando no Beach Tennis como professores agora. Foi muito legal. Discutimos sobre muitos assuntos técnicos, de regras, o mais importante do encontro é esclarecer as dúvidas . Beach Tennis é um esporte muito novo no Brasil (chegou em 2008), chegam muitas notícias erradas aos treinadores e o importante é tentar ajudar", disse Mingozzi ressaltando a importância do Simpósio como projeto pioneiro organizado pelo carioca Diego Vidal e pelo natural de Guarujá, Osmar Junior.
"É uma novidade no Brasil o Simpósio e muito positivo. O lugar é muito lindo, a praia é maravilhosa, com certeza os participantes vão aproveitar muito", seguiu Mingozzi que como treinador do Brasil tem a tarefa de buscar títulos como o do Pan-Americano em novembro, em Aruba, e o tri Mundial em 2020 o que igualaria o Brasil aos italianos, maiores campeões do esporte: "Dois títulos Mundiais quando assumi não esperava. Estava com ideias claras de escolha de jogadores, sabia que poderia ajudar com experiência, estratégia e confiança, mas deu certo superando não só a Itália, mas também Rússia, França. O primeiro Mundial foi uma surpresa, jogamos com muita personalidade. Ganhamos depois o Pan-Americano, Sul-Americano e para o Mundial desse ano chegamos com um pouco mais de pressão e fiz uma mudança na equipe sendo muito difícil tirar um jogador o Marcus Ferreira chamando o André Baran. Mudamos um pouco as cartas e deu certo. Temos bons jogadores, capazes, mas vencer dois anos seguidos é algo bem difícil".
"O esporte está pegando de vez no Brasil, crescendo muito, o que falta é didática, são poucos bons professores, mas estamos nos mobilizando e iremos assistir um grande crescimento nos próximos anos, alcançar grandes números".
Arthur Marinho, professor de Educação Física e natural de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, dá aulas de Beach Tennis desde 2010, ano em que participou de um curso ministrado por Mingozzi. Ele acompanhou o primeiro dia do Simpósio e destacou o aprendizado nesta quinta: "O Beach Tennis mudou muito desde 2010 quando recém havia chegado ao Brasil. Aprendemos bastante hoje, muita especificidade, detalhes, exercícios próprios, por exemplo o da curtinha onde o ideal é pegar no alto, entre outros".
Marinho será um dos palestrantes do Simpósio e seu tema é Fisiologia no Esporte nesta sexta-feira às 17h: "Estou fazendo um trabalho em cima disso, não temos nada no Brasil e nem fora na literatura, a ideia é trazer essa parte do esporte competitivo também ao Beach Tennis".
Jorge Castro, natural de Viña del Mar, no Chile, veio ao Guarujá somente para o Simpósio e a disputa da 5ª Copa Smash de Beach Tennis. Ele veio com outros dois representantes chilenos da cidade de Ñunez: "Nós três viemos pois no Chile só há um professor certificado, que fica em Iquique, Alex Beller, vamos aproveitar o Simpósio para disputar o torneio. Nos serviu muito bem as aulas em quadra, ocupamos a última hora para tirar nossas dúvidas, o tema do lançamento da bola para o saque (chamado "toss") e a regra da invasão algo que estávamos em dúvidas", disse Castro que contou sobre o esporte ainda muito recente no Chile onde chegou em 2012.
"É muito forte em Iquique, depois em Santiago e nós em Viña, Ñunez, estamos buscando inserir nos clubes, associações fundir com a Federação de Tênis para ter mais apoio, Seleção melhorar e ter mais investimento", contou Jorge que era jogador de paddle e conheceu o Beach Tennis através de um tenista há quatro anos.
No Chile são cerca de 40 profissionais disputando competições profissionais pelo mundo e cerca de 300 praticantes nos clubes pelo país.
"O que falta no Chile é nos organizar melhor. O tema do capitão esse ano elegeu a Federação de Tênis, antigamente eram os jogadores, muito amador. Estamos trabalhando juntos com o Beach Tennis de Viña, de Ñunez, Iquique, esperando chegada do pessoal de Santiago e assim formar uma associação e a partir daí obter patrocinadores, dinheiro que possa vir do governo que estamos postulando desde o ano passado".
O Simpósio vai até o domingo e segue nesta sexta-feira no auditório do Hotel Delphin. Após a palestra de Fisiologia do Esporte com Arthur Marinho, Diego Vidal, que também é técnico, dá palestra sobre Construção Tática e Estratégica e em seguida Fabio Nutini e José Luiz abordam temas como O que é ser um jogador master e Organização e Gestão de Aulas.
A sexta-feira é o dia da largada da 5ª Copa Smash de Beach Tennis com presença de 350 atletas. A partir das 14h serão disputados jogos de Duplas Mistas nas categorias A, B e C com finais programadas a partir das 16h30.
Programação Sexta-Feira - Simpósio Internacional Beach Tennis (Hotel Delphin):
17:00/17:50 - Fisiologia aplicada - Arthur Marinho
18:00/18:50 - Construção Tática e Estratégica - Diego Vidal
19:00/19:50 - O que é ser um master – o significado para o esporte e para a vida pessoal - Fabio Nutini
20:00/20:50 - Organização e Gestão de aulas - Jose LuizAuditório