Foram duas batidas na trave, mas o título do russo Daniil Medvedev no piso duro norte-americano veio. Emocionado pela campanha, o novo número cinco do mundo garantiu terem sido as melhores semanas que viveu em sua vida.
“Se me perguntassem no início da semana como celebraria um título aqui, teria dito que me jogaria ao chão gritando, sairia pulando e levantando as mãos. Mas não, acabei esgotado depois de toda a partida, para ser honesto. A partir do 5/3 comecei a ter cãibras em todo o corpo, mas tratei de não demonstrar. Com 15-40 pensei na possibilidade de irmos ao 5/5, mas consegui encaixar quatro bons saques. Nesse momento, já não tinha forças para fazer nada”.
“Ainda que não tivesse saído daqui campeão, ainda teriam sido três semanas incríveis, as melhores da minha vida. Perder três finais seguidas não faria com que duvidasse de mim mesmo, mas me fazia indagar como consegui perder essas decisões e o que precisaria fazer para mudar o panorama. Por sorte, hoje não preciso me fazer essas perguntas pois sou o campeão. Competi com a melhor mentalidade da minha vida, saquei da melhor forma da minha vida, mostrei um tênis muito consistente e não tive uma partida ruim. Estou extremamente feliz e espero seguir assim toda minha carreira, ou pelo menos nas próximas semanas”.
Sobre o próximo passo, que seria vencer um Grand Slam, o russo mantém os pés no chão. “Estou certo de que posso vencer um Masters 1000 porque já o fiz, mas um Grand Slam é diferente. Até o momento, nunca passei das oitavas de final, de modo que estaria satisfeito de fazer quartas de final. Satisfeito não significa feliz. Se chego nas quartas de final será algo bom, mas vivo uma partida de cada vez. Neste momento, preciso encontrar meu caminho para me tornar um jogador melhor a cada dia”.
Nesta segunda, o tenista fará sua estreia no top 5, sendo o primeiro russo no seleto grupo dos cinco melhores do mundo desde 2010. “É algo muito bom, mas só me dei conta nas semifinais, quando estava vendo o ranking ao vivo no aplicativo e pensei: se venço o título me tornarei número 5 do mundo. Mas rapidamente deixei o pensamento de lado, não era algo bom para o momento. É um feito que provavelmente não poderia sequer imaginar há três semanas, pois apenas havia acabado de entrar no top 10. Talvez pensasse em apenas me manter no top 10, mas agora me vejo entre os cinco primeiros, à frente de campeões como Zverev ou Nishikori. Isso é enorme”.