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Federer abre o coração em entrevista ao The Times

Quarta, 07 de novembro 2018 às 17:08:23 AMT

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Tênis Profissional

Nos últimos anos, um dos principais questionamentos no circuito é sobre Roger Federer. Afinal, quando o suíço de 37 anos e 20 vezes campeão de Grand Slam irá pendurar suas raquetes? Ele falou sobre esse e muitos outros assuntos em uma entrevista reveladora ao The Times.



"O tênis é minha paixão e vou continuar jogando o maior tempo possível, porque eu realmente amo isso", iniciou Federer, em longa e incrível conversa com o jornal britânico. "Para ser sincero, não gosto de shakes de proteína. Eles podem ajudar, como um banho de gelo, por exemplo, mas não gosto. Eu gosto de tomar um banho quente e relaxar. A mente precisa estar feliz, isso é o importante", enfatizou ele.

Falando dos mais variados temas, o suíço foi questionado sobre a proibição do traje usado por Serena Williams no torneio de Roland Garros deste ano, a partir da edição que vem do Slam francês.

"Qual é o problema com isso ou com a roupa de Serena em Paris? Serena já vestiu as coisas mais loucas que existem em sua carreira. Lembro-me do caso de Tommy Haas, quando ele usava um top no Aberto dos Estados Unidos e foi permitido. Para mim, tudo isso não tem sentido. Apenas relaxe. Estou completamente do lado das mulheres, deixem-as tomarem as decisões delas, elas não vão entrar na quadra de asas", rebateu.

"Estou cercado de mulheres, tenho duas filhas, me sinto muito próximo da minha mãe, amo minha esposa e tenho uma irmã. Sou totalmente a favor das mulheres, elas são as pessoas mais importantes da minha vida. Admiro todas as pessoas que crescem mas, acima de tudo, uma mulher, porque seu corpo muda completamente por causa de um parto, por exemplo, e isso é algo muito importante", disse ele, ressaltando a importância que as mulheres têm em sua vida.

Junto com o sérvio Novak Djokovic, o suíço já passou da casa dos 100 milhões de dólares recebidos em premiações durante os 20 anos de carreira. Roger opinou sobre as altas cifras que envolvem o esporte.

 "Eu diria que isso é justificado pela renda que um torneio como esse tem. Os jogadores recebem apenas 8% da receita total. Não quero dizer que o prêmio de 2 milhões de euros para o vencedor seja pequeno, mas talvez os perdedores de primeira rodada devem receber 100.000. Nós falamos sobre isso. No nível mais baixo, mais pessoas poderiam sobreviver, se fosse uma quantia um pouco maior. Eu também gostaria que os Slams participassem da garantia (quantia recebida independentemente do resultado) dos jogadores. O oferecido pela ATP é muito baixo e muitos jogadores poderiam se beneficiar mais. Eu gostaria de poder lutar por isso, deixar um legado. Eu acho que muitos dos principais pensam como eu", desejou Federer, que tem um total de mais de 111 milhões de dólares recebidos em prêmios.

Com tanto tempo jogando em alto nível, o 99 vezes campeão tenta explicar os segredos de sua longevidade.

"Não me sobrecarrego em nada no meu trabalho. Pierre Paganini (preparador físico de longa data do suíço) era um grande apoiador em fazer pausas. É por isso que eu recomendo que os jovens tomem o seu tempo para descansar e deixar seus corpos se recuperarem".

Ele falou também sobre como se sentiu após saber da lesão em seu joelho, causada durante um banho em uma das filhas, que o obrigou a parar por 6 meses em 2016.

"Foi difícil olhar para o meu pé e pensar que aquela perna não voltaria a ser a mesma. Mas o meu corpo precisava de uma pausa, não apenas para descansar, depois de tantos anos no circuito, mas para reinventar um pouco o meu jogo", confessou.

Para finalizar, Roger Federer voltou a reforçar a importância que sua família tem em sua vida.

"A única coisa que importa para mim nesta vida é ter minha esposa e meus filhos. Tênis, se eu puder ganhar mais torneios, será fantástico. Caso contrário, tudo vai ficar bem", reforçou o octacampeão do torneio de Wimbledon.

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