Um dos treinadores de Rafael Nadal, Francisco Roig, é um ex-jogador de muita sabedoria acerca do circuito profissional. Ex-número 60 do mundo, o espanhol falou recentemente sobre sua relação de longa data com Rafael Nadal.
“A primeira coisa que tenho que dizer é que me sinto um autêntico privilegiado por trabalhar com Rafa. É um verdadeiro fenômeno, um dos melhores atletas de toda a história. O que mais me assombra é, sem dúvidas, sua facilidade para superar adversidades”, comentou Roig, relembrando alguns momentos da carreira de seu pupilo. “Me lembro quando em 2005 lhe disseram que não poderia mais jogar tênis por um problema no pé. Ele deu a volta por cima e já está há 15 anos na elite”.
“Lembro perfeitamente no vestiário no torneio de Queen’s em 2007, que lhe perguntei quantos Grand Slams ele achava que venceria. Sempre muito humilde, me disse que entre 6 e 7 (na ocasião Nadal havia acabado de vencer seu terceiro título em Roland Garros). Eu lhe disse que ele era melhor que jogadores que tinham entre 7 e 9, de modo que achava que ele venceria entre 8 e 12. E também perguntei até que idade ele se via jogando. Rafa me respondeu que até os 27”, relembrou o treinador.
“Era dito que ele não poderia jogar durante muito tempo como fazia quando era jovem e realmente ele tinha consciência de que precisava evoluir. Rafa é uma pessoa muito dialogável que sempre escutava tudo o que lhe diziam e seu jogo está em constante evolução. Se ele passa dois dias sem jogar tênis que está fazendo algo errado e tem uma capacidade incrível de se adaptar a todo tipo de situação. O que mais me admira nele é que segue sendo número 1 e tendo conquistado tudo que conquistou, segue ouvindo a todos com humildade. Conheço muitos jogadores 20 ou 30 do mundo que não melhoram pois acreditam que sabem tudo do jogo. Rafa também é capaz de pensar muito durante o ponto, algo que poucos jogadores conseguem”.
Quando fala sobre o maior rival de seu pupilo, Roger Federer, Roig tem opiniões que surpreendem. “No dia a dia não importa a ele ser número 1 do mundo ou o melhor da história. Uma coisa é muito clara: se Federer não estivesse jogando, Rafa também não estaria. Um motiva o outro. O fato de Federer ter pulado a gira de saibro não é algo que debatemos, mas acreditamos que seja para evitar lesões no joelho. Veremos se esse ele se sairá tão bem como no ano passado, pois é muito difícil ficar tantos meses sem competir”.