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Gerente de Esportes e Eventos da CBT destaca importância da Copa Gerdau

Quarta, 28 de fevereiro 2018 às 18:48:39 AMT

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Tênis Profissional

Entre um jogo e outro na Associação Leopoldina Juvenil, o Gerente Esportivo e de Eventos da Confederação de Tenis no Brasil, Eduardo Frick, observa o futuro do país na na 35ª edição do Campeonato Internacional Juvenil de Tenis de Porto Alegre.



Gaúcho de 39 anos, Frick assumiu o cargo a pouco mais de um ano. O grande desafio é tocar mais projetos envolvendo o tênis com menor investimento. Neste trabalho ele trás uma bagagem acumulada em diversos âmbitos: foi capitão da Fed Cup, trabalhou no Instituto Gaúcho de Tênis (IGT) e gerenciou o tênis nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Como diretor executivo da entidade o principal é trabalhar no projeto de apoio à transição dos juvenis para o profissional. Em cima disso, Eduardo acredita que o país está no caminho certo para o bom desenvolvimento do esporte.

“O torneio tem uma tradição. Criou uma identidade muito forte. Acho que tanto este torneio, como o da semana anterior o Banana Bowl e agora para a vinda deste torneio de GB1 para o Brasil. Temos três torneios de grande nível um Grau 1, Grau A e um GB1. Acho que um grande feito para o país e um respeito que a América do Sul, a COSAT e a ITF tem pelo Brasil neste momento”, apontou.

Eduardo vem buscando facilitar a transição do juvenil para o profissional. Esse trabalho demanda tempo e também muita avaliação dentro dos rumos que a CBT deve seguir.

“Podemos fazer uma reflexão um pouco para trás, onde a CBT tinha um poder aquisitivo melhor em relação com os patrocínios e já eram feitas coisas grandes. Agora neste ano, que nós entramos, a partir de fevereiro de 2017, conseguimos manter e fazer mais coisas com menos dinheiro. Então, acho que isso mostra planejamento, mostra uma gestão, mostra que nós estamos preocupados com o desenvolvimento do nosso tênis. Seja trazendo o GB1, seja melhorando o nível dos torneios, seja nos processos de desenvolvimento dos Juniors Pro, que nós conseguimos concretizar e levar os meninos para acompanhar e este ano vamos repetir. Além do processo de levar a base para a Europa, onde o Orlandinho Luz e o Felipe Meligeni já estão fazendo parte. Isso sendo feito junto com a BTT (Barcelona Total Tenis), uma academia que estamos levando como referência. Foi um projeto que sempre se falou e conseguimos concretizar esta base”.

No entanto, não é só alegria que cerca o trabalho realizado pela CBT e seu diretor. O gaúcho tem tido algumas preocupações, e a principal dele neste momento é o tênis feminino. Perguntas como: Por que só uma brasileira está no TOP 100 ? Porque o restante das brasileiras aparecem só depois dos 350? Qual a solução para tudo isso?

“Elas encontraram um horizonte, elas tem que enxergar que elas podem chegar. Temos que começar um projeto de baixo dos 10 anos, dos 12 anos e entender o que está acontecendo. De que forma nossos treinadores estão trabalhando com estas meninas. Qual a maneira os clubes estão trabalhando estas meninas. Estou fazendo hoje parte de um comitê na COSAT junto com o Alfredo Brits e o Mario Bravo a respeito deste desenvolvimento. Nós temos que ter uma preocupação com as meninas e nós precisamos melhorar o processo delas.

O exemplo a ser seguido é de Bia Haddad. Atual número 60 do ranking da ITF, a atleta passa dica para as jovens jogadoras e serve como mote para Frick aprimorar o seu trabalho.

“A Bia está muito focada neste processo. Se alimenta bem, faz ótimos treinos pré e pós jogos, ela quer a cada dia melhorar. Nossas tenistas têm que jogar mais fora do Brasil. O tênis feminino não está na América do Sul, está na Europa ou nos EUA, no meu entendimento. As meninas fora daqui jogam de cima para baixo e nós na América do Sul jogamos de baixo para cima. Isso a Bia mostra, ela tá com um passo dentro da linha ou na linha e pegando a bola na subida. Quando damos 2 passos para trás e giramos bola nós não somos competitivos a nível europeu”.

Frick detalha processo e trabalho com gaúcho Orlandinho Luz e paulista Felipe Meligeni na Espanha

Dentre os projetos realizados e iniciação na gestão do presidente da CBT, Rafael Westrupp, um deles é a parceria com a  BTT (Barcelona Total Ténis), academia de tênis localizada em Barcelona, na Espanha. Dois brasileiros estão fixos por lá, o gaúcho Orlando Luz e o paulista Felipe Meligeni, buscando aprimorar o tênis dar uma maior experiência no esporte e de vida para os dois. A BTT está aberta a treinos itinerantes de brasileiros e a CBT quer manter o projeto pelo menos até o fim da gestão Westrupp.

“Nós pagamos 80% do investimento dos dois. Treinamento, comida e tudo mais. Nós fomos visitá-los lá. Não lembro de algum presidente visitar a moradia dos jogadores. Miramos eles para o projeto (Meligeni e Orlandinho). Em cima disso eles tem algumas regras, aceitar todas as convocações da CBT e os nossos calendários. Além de só voltar para o Brasil em razão de torneios e não por outros motivos. O que eu vejo é que os guris precisam amadurecer mais rápido e esse projeto está ajudando. Nessas primeiras semanas recebemos um relatório super positivo do Leonardo Azevedo (técnico que cuida dos brasileiros) e vamos seguir avaliando nos próximos meses”, seguiu Frick que detalhou o caso do gaúcho Orlando Luz, duas vezes campeão do Campeonato Internacional Juvenil de Tênis de Porto Alegre em 2014 e 2015 e ex-número 1 do mundo juvenil e que ainda não estourou no profissional.

“Orlandinho é um guri que jogou muito bem o juvenil. É importante o resultado, mas tu pensar o que vai acontecer em um segundo momento. Como tu vai melhorar teu jogo, crescer tecnicamente, taticamente, como tu vai administrar tuas desvantagens. O Orlandinho está tendo uma experiência nova, treinava em casa. Ele está fazendo este trabalho agora. O que eu vejo é que os guris precisam amadurecer mais rapido.

Por fim, Frick vê com bons olhos a chegada de grandes jogadores do circuito virando técnicos, casos de Thiago Alves, Ricardo Mello e mais recentemente Ricardo Hocevar e André Sá, este último se aposentando esta semana e treinando Thomaz Bellucci: “Eu tenho certeza que este é o caminho Se alguém me perguntar isso se isso é um comparativo ao tenis argentino eu diria que está é um deles. Não acho que os argentinos têm mais raça do que a gente, acho que eles jogam e treinam de uma maneira diferente. Eles aprendem muito mais a jogar tênis do que bater na bola. Já nós aprendemos a bater na bola. Quando começamos com 10, 12 anos aprender tática, nós começamos a jogar. Depois tu aprende dar potencia e ganhar força. Quem passa essa instrução é o tecnico. A partir deste ano dentro da CBT nós começamos a investir mais nos tecnicos. Exercendo um processo também de prepaparação fisica. Formar mais preparadores fisicos especificos para o tênis", destatou Frick que vem conversando com nomes como André Cunha, que trabalhou com Bellucci, Miguel Cantoller, além de Eduardo Faria para alinhar o projeto.

Frick também apontou o Encontro Nacional do Tênis, realizado no fim de ano em Florianópolis (SC) como uma grande troca de experiência entre técnicos, profissionais e jogadores: "Conseguimos reunir nomes como o Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni juntos, uma grande troca de experiências de treinadores, atletas e tudo mais, João Zwetsch, Fernando roese, capitão da Copa Davis e Fed Cup. Foi muito importante e certamente teremos mais desses Encontros".

A 35ª edição do Campeonato Internacional Juvenil de Tênis de Porto Alegre, também conhecida como Copa Gerdau - Itaú, tem o recorde de 59 países inscritos e conta com a participação de quatro jogadores do top 10 mundial, três no masculino e uma no feminino.

O torneio tem a presença de jogadores da África do Sul, Alemanha, Argélia, Argentina, Austrália, Bélgica, Bielorússia, Bulgária, Brasil, Canadá, Cazaquistão, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Equador, Egito, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Geórgia, Grã-Bretanha, Grécia, Guatemala, Indonésia, Índia, Irlanda, Israel, Itália, Holanda, Hungria, Japão, Letônia, Malásia, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Rep. Dominicana, Rep. Tcheca, Romênia, Rússia, Sérvia, Suécia, Suíça, Tailândia, Turcomenistão, Turquia, Tunísia, Ucrânia, Uruguai, Venezuela.

São cerca de 1 mil atletas na disputa de todas as categorias do evento. A entrada é gratuita nos dois clubes da disputa.

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