Roger Federer foi um adolescente rebelde e que quebrava raquetes. Isso todo mundo sabe. Ex-preparador físico do suíço, o russo Paul Dorochenko deu entrevista ao jornal boliviano La Razon e afirmou que o jogador teve seu cavalheirismo totalmente fabricado.
Dorochenko chegou a trabalhar com Dinara Safina, Sergi Bruguera, entre outros nomes: “Tudo começou quando o Bruguera me disse que não queria trabalhar mais comigo. O tênis é um mundo pequeno e na semana seguinte me ligaram da Suíça. 'Temos aqui um menino de 17 anos que se chama Federer e que não joga mal. Gostaria que viesses trabalhar o físico com ele'”.
“Quando estive com o Federer comecei a trabalhar naquilo que se chama lateralidades e olho dominante. Percebi que o tênis não é uma técnica que vem dos pensamentos únicos e que tem de ser feito de uma certa forma. O tênis vem do teu corpo e cada corpo é diferente“, disse Paul que trabalhou com Roger dos 17 até os 20 anos.
“O Federer, por exemplo, é destro e o olho dominante é o esquerdo. Por isso é que para ele a zona de contacto com a bola com a direita é muito mais adiantada e a sua pancada natural é a direita. Dá-se o nome de homogêneo quando é destro e o olho dominante é o direito e vice-versa. É o caso do Verdasco ou do Burguera. Na população geral costuma ser 70% homogêneo, mas no tênis é 60%, pois ser ‘cruzado’ beneficia a direita. É também o caso do Nadal”,
Paul Dorochenko comentou como Roger era um menino complicado: “Era um jovem muito complicado, com carácter, hiperativo e meio louco. Continua a ser em privado. Era uma boa pessoa, mas realmente muito complicado: se comportava mal e quebrava raquetes".
“O cavalheirismo do Federer foi fabricado, não é a sua personalidade. Ele mudou por três razões: por ter tido um psicólogo dos 18 aos 22 anos, por ter arranjado uma mulher que era uma pessoa ambiciosa e por causa da Nike que queria dele uma imagem de marca. O dinheiro da Nike o ajudou a se comportar melhor”.
“Na vida privada é uma boa pessoa, mas não é a figura que se vê dentro da quadra. Quando, por exemplo, perde para Nadal e se despede levantando as mãos e sorrindo, eu sei como de fato está por dentro".
Dorochenko encerrou a parceria com Roger por não querer mais o suíço e receber nova proposta por Bruguera.
“A este nível todos têm algo especial, mas para mim o Federer foi um produto muito fabricado. Tinha muito boa técnica desde jovem. Com 17 anos já se via que este jovem, sobretudo no serviço e na direita, tinha algo mais, mas aprendeu a esperar, a volear, a jogar mais de esquerda, a errar menos, comportar-se melhor. Isto depois de uns anos faz de ti um Ronaldo, um Messi, um Federer“, considerou.