No momento mais significativo de sua coletiva, após a vitória desta quarta, por 6/3, 6/4 e 7/6(4) , sobre o argentino Leonardo Mayer, Rafael Nadal expôs seu ponto de vista sobre a polêmica envolvendo Novak Djokovic e o atual estágio de crescimento do tênis.
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O líder do ranking mundial negou que tenha saído do Conselho de Jogadores da ATP, em 2012, por “prever o que está acontecendo hoje”. Ele alegou “razões pessoais” para tê-lo feito e deixou claro que não gostaria de dar detalhes sobre o episódio.
Em seguida, Rafa disse que “o problema com tudo isso é quando se fala de dinheiro. No fim, não é sobre dinheiro”.
“Não sei muito sobre o assunto nem queria falar muito sobre isso. Apenas para ser claro – e eu não sei 100% o que está acontecendo -, é bom que, em algum ponto, os jogadores conversem entre si sobre o que queremos ou o que não queremos. Isso é tudo. Não é sobre união ou não, apenas para falar quais são as coisas corretas no circuito ou aquelas que podem melhoras”.
“Acredito que o tênis melhorou muito nos últimos anos para os tenistas de menor ranking. Sei o que fizemos nesse período. Brigamos com os torneios – não em um sentido negativo, mas sim para que jogadores com ranking menor pudessem ganhar mais dinheiro para sobreviver”, declarou o tenista de Mallorca.
Seguindo a mesma linha, o campeão do Australian Open 2009 continuou a elogiar as melhorias, segundo ele, ocorridas na última década, fazendo comentários sobre os pontos que, para o número um, são chaves para torna-lo melhor e mais abrangente financeiramente. “Um esporte é maior não apenas quando os caras do topo fazem muito dinheiro, mas sim quando ele cria muitos empregos. Se há 300 pessoas vivendo do tênis, é melhor do que apenas 100. Mas isso é a minha opinião. O ponto é que seria fantástico se pudéssemos contribuir com os jogadores que precisam de mais ajuda”.
“Temos grandes melhoras no circuito. Podemos agradecer ao nosso esporte por estar em um bom formato, e deveríamos ser realmente gratos por tudo que vem acontecendo, porque o tour está muito melhor”.
Por fim, ao ser indagado por um jornalista sobre uma suposta proporção de 6 mil atletas de futebol viverem do esporte em comparação a 150 no tênis, o espanhol minimizou.
“O mercado é o mercado. Não podemos lutar contra ele. Temos que tentar dar ao nosso esporte o maior tamanho possível, promove-lo da melhor maneira. A verdade é que falar mal dele não ajudará.
O tênis é cheio de coisas fantásticas. Provavelmente, nosso esporte é mais global que o futebol, mas ao mesmo tempo este é muito mais que o tênis em termos de dinheiro e milhões de fãs. Mas não podemos compará-los. Futebol é um esporte, golfe outro e tênis é outro. Temos que lutar por nossos objetivos, para fazer o tênis melhor, maior e com o melhor show possível para o público. Só assim cresceremos em todos os aspectos”.
SOBRE O TORNEIO
O “Touro Miúra” também fez comentários acerca da partida contra Leonardo Mayer. Ele preferiu dar méritos ao argentino pela quebra obtida quando sacava para o jogo, em 5/4 no terceiro set.
“Quando você está servindo para o set ou para jogo, quebras acontecem. Claro que não é algo bom. Mas hoje, particularmente, não foi porque eu estava muito nervoso ou senti muita tensão. Ele jogou um ótimo game, encaixou todas as devoluções no fundo da quadra e jogou de forma muito agressiva, batendo em todas as bolas e obtendo sucesso.”
“Eu tive pequenas chances, cheguei a 40 iguais duas vezes, mas ele foi para o game. (...) A única coisa (a lamentar) é que eu poderia ter sacado melhor. Mas não saquei pior do que em todos outros games, que venci”.
Ao falar sobre seu próximo adversário, Rafa rasgou elogios ao bósnio Damir Dzumhur, 30º da ATP e 28º favorito no primeiro Slam do ano, a quem enfrentou apenas uma vez – Nadal abandonou a partida, no Masters 1000 de Miami 2016, quando o placar marcava 3/0 para Damir no terceiro set.
“Ele melhorou muito desde lá. É um adversário difícil, traiçoeiro, ele sabe muito bem jogar tênis e sempre o faz com a tática certa. Um jogador que não te entregará nada de graça. A única maneira de vencer é jogar em um ritmo maior que ele e tentar ser agressivo, pondo a maior intensidade possível dentro de quadra. É isso que vou fazer, espero estar pronto para pôr em prática”.