Por Fabrizio Gallas - Ainda sem o Centro Olímpico de Tênis à disposição e também sem o aval da Associação dos Tenistas Profissionais, o Rio Open vai cada vez mais buscando a guinada para a mudança de piso, cada vez mais com urgência.
Em um bate-papo com jornalistas no hotel Windsor, em Copacabana, nesta quarta-feira, Lui Carvalho apresentou a lista deste ano com seis jogadores do top 30, dois deles entre os dez melhores, e comentou sobre busca pela mudança.
Pelo quarto ano seguido a competição será disputada no saibro do Jockey Club, na Lagoa, no saibro. O Centro Olímpico foi devolvido pela prefeitura ao Ministério do Esporte no fim de dezembro e ainda não se sabe qual será o destino final.
"A lista está um pouquinho diferente de 2016, ano passado eram 10 top 40 e quatro entre os onze, mas não garantiu nada na final, aprendemos isso. Foi um ano mais à típico, deixou a sensação no final que poderia ter sido um pouco mais tranquilo, tantos incidentes e uma final incomum", disse Lui Carvalho que ressaltou o desejo de levar o torneio para o piso duro, mas pontuou os entraves.
"Nós disputamos os atletas com Dubai, Acapulco e Roterdã se ele joga Dubai não vem pro Rio, se joga Acapulco pode jogar aqui. Dubai está com caminhão de dinheiro da Emirates e Acapulco também. Roterdã não tinha nada ano passado e esse ano tem uns quatro top 10", apontou.
"Esses caras estão em uma onda que a troca de piso é um problema, há uns dez anos atrás não era assim, eles estão com essa mentalidade de sair da Austrália pra jogar no saibro e voltar pra dura é loucura, mas nunca foi, o Ferrer ganhou aqui e Acapulco, outros também. Esse combo Rio-Acapulco é possível. E esses top 10 que temos falado tem relutado e aí vem nossa vontade de mudar de piso pra adequar. Temos que estar na mesma condição que Roterdã, Acapulco, Dubai para ficar igual."
Só que para a mudança é necessário a aprovação da ATP, mas a burocracia impediu a tentativa para 2017: "Precisa da aprovação da ATP. Quando se faz uma mudança de piso, altera o calendário como um todo. Quando se faz essa mudança os outros torneios concorrentes começam a gritar. Dubai e Roterdã são contra. O que estamos mostrando (para a ATP) é que a concorrência é desleal. O Nadal que é do saibro escolher Acapulco e Roterdã este amp tira todos os argumentos de manter essa gira no saibro. É uma politicagem grande. O que acontece em Brasília é fichinha pra que rola na ATP. A data do Rio de Janeiro é perfeita geograficamente, o que gostaríamos muito é de testar o torneio na dura. O Board da ATP precisa aprovar, precisamos de maioria no Board de 3 de torneios e 3 de jogadores", afirmou Lui. As votações podem ocorrer em qualquer reunião da ATP, são cinco por ano, em 2017 serão encontros em Dubai, Roland Garros, Londres em Wimbledon, US Open e Londres durante o Finals. Qualquer mudança de piso só pode ocorrer até somente Wimbledon. ui car
Lui Carvalho reforçou que esteve muito próximo do acerto com Juan Martin Del Potro, mas justo a questão do piso foi primordial: "Um dos atletas que estivemos muito perto foi o Del Potro e ficamos chateados. Ele fez a virada da carreira nas Olimpíadas, tinhamos toda a história, ele voltando de lesão, único argentino que não foi vaiado no Brasil, mas o fator piso pesou, ele não quis fechar por valor nenhum. Ele optou por Delray Beach e Acapulco."
O diretor do Rio Open se mostra mais confiante para a eventual mudança de superfície para 2019 com o que se chama de Brave New World no circuito: "Em 2019 tudo indica que vai ter uma alteração um pouco maior, a ideia é que até Londres esse ano se dê a indicação como será o calendário em 2019 e daqui a dois anos a ATP pode fazer qualquer coisa tipo chegar e colocar o Rio como Masters 1000, como rolou com Hamburgo rebaixando para um ATP 500".
O torneio tem o desejo que migrar para o Parque Olímpico, mas o local ainda não tem dono, foi devolvido pela Prefeitura do Rio de Janeiro ao Ministério do Esporte no fim de dezembro que ainda vai delimitar quem tomará conta do espaço.
"Temos o desejo de jogar no Parque Olímpico um dia, mas depende de uma série de fatores, de quem irá administrar o local. Quando anunciamos o evento em 2017 no Jockey ficamos felizes, mas tivemos alguns questionamentos sobre o Parque Olímpico. Nosso evento é no saibro, não conseguimos aprovação, não teria tempo hábil para mudar pro saibro lá, questão de drenagem etc. Em 2018 estamos em todas as conversas com todas as esferas públicas e privadas possíveis. Não depende só de nós. "