O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda Rosa, o ex-tenista e comentarista dos canais SporTV Dácio Campos e o ex-tenista Ricardo Pinto Marzola Júnior, tornaram-se réus em denuncia de desvio de dinheiro público.
Isso é o que informa reportagem dos canais ESPNe do UOL, que desde o inicio tem acompanhado o promotores do Ministério Público nas investigações de desvio de dinheiro público advindo do Ministério dos Esportes para a realização do Grand Champions Brasil 2011.
A denuncia foi aceita pela juíza federal de São Paulo Raecler Baldresca e declara que Lacerda e Campo desviaram R$ 440 mil de verba concedida pelo Ministério dos Esportes com nota fiscal falsa falsificada pela empresa de Mazola Júnior, a Brascourt Pisos Esportivos.
Os três acusados têm três dias para apresentar sua defesa e caso sejam condenados podem pegar pena máxima de reclusão de 12 anos, como prevê o Código Penal brasileiro.
Sobre este mesmo caso, a CBT já havia devolvido R$ 537 mil (valor corrigido) aos cofres públicos pelas irregularidades identificadas na investigação do MP, isso em março de 2013. Já em 2015, Lacerda foi multado em R$ 49,5 mil também pelo caso. O pagamento do presidente da CBT foi ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Os valores devolvidos aos cofres públicos foram decorrentes Grand Champions Brasil de 2011, que atendido pela Lei de Incentivo ao Esporte, recebeu R$400 mil seriam destinados ao aluguel das quadras e R$ 40 mil para adequação do piso. Entretanto, a competição ocorreu na Sociedade Harmonia de Tênis de São Paulo, que cedeu gratuitamente duas de suas quadras para o torneio que reuniu veteranos do tênis, dentre eles o ex-número um do mundo Carlos Moyá.
Mesmo sem pagar pelas quadras, como apurou a investigação, a CBT dedicou a Premier Sports Brasil, empresa de que Dácio Campos é sócio, R$400 mil e outros R$ 40 mil a Brascourt, sem que os serviços tenham sido prestados.
Mesmo com toda a devolução dos valores aos cofres públicos, o Ministério Público Federal justifica a denúncia à justiça questionando os valores devolvidos: "Não se sabe se Jorge Lacerda prestou as devidas contas no âmbito da CBT, quanto ao dinheiro captado, desviado, glosado e, às custas da própria CBT, devolvido à União; tampouco se sabe, por exemplo, se Dácio Campos devolveu á CBT os R$ 400 mil indevidamente recebidos", disse o MPF à ESPN.