Por Leonardo Mamede, em Belo Horizonte (MG) - Apenas o 434º do ranking mundial, o equatoriano Roberto Quiroz surpreendeu aos brasileiros no Minas Tênis Clube pelo nível de tênis apresentado no segundo jogo de hoje, pela Copa Davis, contra Thomaz Bellucci.
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A derrota, que veio por duros 3 sets a 1, com 7/5, 7/6(3), 3/6 e 6/3, pode ter causado estranheza aos anfitriões, mas não à equipe do Equador, que sempre acreditou nos dois talentos da nação, Roberto Quiroz e Emilio Gomez.
“Creio que a fé é a última coisa que se perde. A Copa Davis se caracteriza por grandes partidas, e, mesmo que você esteja dois sets abaixo, nada está acabado. Fui ao banheiro depois do segundo set e disse à nossa equipe que nada estava perdido, que eu tinha mais forças para lutar. Mas foi muito duro, nos dois primeiros sets eu tive muitas oportunidades. No entanto, Thomaz é Thomaz, ele está entre os cinquenta melhores do mundo. Creio que eu necessitava de um pouco mais de convicção. Quando eu saquei em 5x4, precisava mais do meu primeira serviço. Contudo, como eu te disse, a experiência pesou. Foi minha primeira partida de Copa Davis neste nível e creio que isso (experiência) decidiu a partida”, disse Quiroz, satisfeito com o desempenho mostrado na Arena Minas Tênis Clube.
O técnico do rival brasileiro, Raul Viver, reiterou a confiança em Quiroz e Gomez e acenou positivamente com a possibilidade de uma surpesa ainda maior: a vitória no confronto, eliminando o Brasil em casa, com dois atletas ranqueados após o 300º posto da ATP.
“Sim, definitivamente (acreditamos em vencer a série). Emilio e Roberto jogaram muito bem hoje. A mim eles não surpreenderam, porque os conheço desde pequenos e sei quão bem eles podem jogar. Na Copa Davis, eles sempre rendem num nível muito alto. Fiquei contente com os dois. Roberto teve oportunidades muito boas, mas Bellucci é um grande jogador, um top 50, e conseguiu fazer a diferença nos pontos importantes e ganhar o jogo. Mas foi uma partida muito equilibrada”.
Depois, Roberto comentou a expectativa para o duelo de amanhã, quando ele se junta a Emilio, seu primo, para enfrentar os top 10 canarinhos Bruno Soares e Marcelo Melo. Ele contou um pouco da história dois dois e mostrou-se muito feliz com a oportunidade de disputar uma partida tão grande em frente a seus entes queridos.
“Jogar duplas com o Emilio é sempre especial, crescemos juntos, vivíamos colados, fomos juntos à universidade, éramos parceiros de duplas lá. Uma Copa Davis, com nossa família assistindo, é algo que não tem comparação”.
O capitão Viver, no entanto, tem o direito de mudar a escalação da dupla até uma hora antes do duelo. Gonzalo Escobar e Ivan Endara completam a equipe e são opções. Nesse contexto, o líder equatoriano comentou a condição física em que se encontram os dois titulares, e ratificou que espera que os dois possam entrar em quadra, dando uma opinião otimista sobre eles. “Emilio terminou bem fisicamente. Conversei com Roberto agora pouco e ele me disse que se sente bastante bem. Vamos fazer uma recuperação com a equipe médica do time e acho que dará para ele estar em boas condições amanhã”.