A Unidade de Integridade do Tênis (TIU) enviou seu relatório trimensal para a imprensa reportando um aumento significativo do número de partidas denunciadas como suspeita de venda de resultados. Chama atenção duas partidas de nível ATP.
De acordo com a TIU, 73 partidas foram apontadas como alertas nos MoUs - siga em inglês para Memorandos de Entendimento, feitos pelos órgãos reguladores e organizadores de apostas em todo o mundo.
A TIU relata: "Desde o inicio de 2016, a TIU estabeleceu um número substancial de novos MoUs. Eles representam um aumento nas relações com o setor de apostas em 35%e fornece uma maior cobertura, controle e relatório de apostas em todo o mundo".
Os dados publicados pela TIU referem-se ao período entre abril e junho deste ano, período em que segundo a Unidade foram realizados 30.353 partidas de tênis em todos o mundo e apenas 73 foram reportadas como suspeitas, o que representa 0,24% do total.
Destas 73 partidas, 24 eram do circuito de Tênis Feminino da ITF, 33 dos Futures Masculinos, 14 em nível Challenger ATP e dois em torneios nível ATP, o primeiro escalão do tênis masculino.
Ainda de acordo com a TIU nenhuma partida do circuito WTA ou de Roland Garros, disputado neste período, foram reportadas como aletas.
Para se ter como base, o período entre janeiro e março de 2016, época em que antes do Australian Open, na segunda semana de janeiro, a BBC e o Buzzfeed News fizeram uma reportagem denunciando o esquema de vendas de resultados de partidas de tênis, 24.110 partidas oficiais do esporte foram realizadas e 48 delas reportadas como suspeitas, dentre elas a partida de dupla mista no Australian Open dos espanhóis David Marrero e Lara Arrubarrena, absolvidos posteriormente pela própria TIU.
Após as denúncias dos meios de comunicação, a Federação Internacional de Tênis (ITF) decidiu fechar o cerco aos apostadores e tem o processo da TIU em reformulação. Para se ter ideia durante todo o anos de 2015 246 partidas foram apontadas como suspeitas, em apenas seis meses, 2016 já tem 121 alertas.
A TIU faz questão de ressaltar que não necessariamente todos os jogos denunciados estejam envolvidos com corrupção e alerta que todas as partidas estão sob investigação e por isso, mais detalhes não são divulgados.
Uso da tecnologia para conscientização
A TIU revelou que em breve, um aplicativo para smartphones das duas principais plataformas em uso, estará disponível para os mais de 23 mil atletas em todo o mundo que assinaram e concluíram o obrigatório Programa de Integridade e Proteção no Tênis.
Esta será a primeira vez que este conteúdo estará disponível neste tipo de plataforma, e além do material educacional, outros ligados a anticorrupção estará às mãos dos tenistas.
Grego é banido do tênis. Búlgaro entra em acordo
Além das investigações, as punições seguem sendo dadas a tenistas comprovadamente corruptos. Aos 34 anos o grego Alexandros Jakupovic (foto) recorreu à Côrte Arbitral do Esporte (CAS) para rever a punição dada pela TIU em junho de banir o tenista por toda a vida do esporte, depois de ser acusado de vender cinco resultados de partidas e ainda viciar outros resultados (números de games vencidos por exemplo) em dezembro de 2015.
A TIU entrou com um processo contra Jakupovic em 7 de julho na própria CAS. Pena segue valendo até ser julgada.
Além do grego, o búlgaro Danail Tarpov também foi punido. A pena aplicada pela TIU foi três meses de afastamento do tênis e multa de US$ 5 mil, após admitir ter infringido uma das sessões do Programa Anticorrupção do Tênis. A sanção de três meses e a multa foram suspensas por um período de dois anos, com a condição de nenhuma prática ilegal por parte do tenista de 27 anos.