O escocês Andy Murray, 2º do ranking, bateu, na tarde desta quarta-feira, o francês Jo-Wilfried Tsonga, 12º, em mais um jogo de cinco sets, e atingiu a semifinal de Wimbledon pela sétima vez na carreira. O jogo de hoje teve o placar de 7/6(10), 6/1, 3/6, 4/6 e 6/1, em 3h53min.
Esta foi a 100ª vitória de Andy Murray sobre uma quadra de grama, superfície de maior sucesso na carreira do tenista de Dunblane, junto ao piso duro.O triunfo também marca a ida à 20ª semifinal de Major da carreira de Andy, que ultrapassa Stefan Edberg e John McEnroe e torna-se o sétimo que mais conseguiu o feito. O líder da lista é Roger Federer, com 40.
Na semifinal, ele terá pela frente o tcheco Tomas Berdych, 9º da ATP, que superou o francês Lucas Pouille, 30º, por 7/6(4), 6/3 e 6/2.
O JOGO
No primeiro set, Murray quebrou Tsonga no 2/2, quando o francês fez uma dupla falta no último ponto. O escocês precisou de mais de 10 minutos para confirmar seu saque seguinte, mas não resistiu no 4/3. Assim, os dois foram para o tiebreak.
E ele foi incrível, assim como os que ocorreram entre Federer e Cilic, jogo anterior da quadra central. Tsonga começou com uma dupla falta, mas no ponto seguinte recuperou-se indo à rede e matando no smash. O francês tomou a miniquebra no 3/3, mas errou uma direita não forçada no 5/3 e desperdiçou a vantagem. No 4/5, entretanto, foi agressivo e chegou ao set point com um voleio matador, mas viu Murray executar um winner de direita no 6/5. Um novo minibreak veio apenas no 8/8, com outra direita errada por Jo. Contudo, Murray só fechou a duríssima parcial em 12/10, num voleio de esquerda, após incríveis 1h13min.
A segunda etapa foi exatamente o oposto. Tsonga entrou abatido pela derrota no primeiro set e rapidamente entregou seu saque no segundo game. No 0/3, após abrir 30/0, Jo errou quatro bola: 4/0. Dessa forma, ficou muito fácil. Em menos de meia hora, Andy fez 6/1.
A terceira parcial foi diferente. Tsonga entrou animado e disposto a não sair de quadra com a mesma velocidade que perdeu o segundo set. Aproveitando uma dupla falta de Murray, foi para cima no 30/30 e quebrou o saque do rival, abrindo 3/1. Daí pra frente, o 12º favorito controlou o set com seu saque e, sem correr riscos, fez 6/3.
A quarta etapa seria decisiva, já que Tsonga ganhara moral e Murray enfrentava seus fantasmas. O britânico começou bem, abrindo 40/15, mas precisou enfrentar um break point para sair na frente. No segundo game, ele começou irritado, mas contou com o saque para se manter. Enquanto isso, o francês confirmava seus games com tranquilidade. Até o sexto game.
Nesse ponto, o finalista do Australian Open 2008 errou demais e entregou o saque num erro de esquerda.
Mas o britânico não soube aproveitar. Tsonga foi para cima, jogou demais e abriu 40/0. Mesmo cedendo o empate, ele não se abalou e conseguiu o break na quarta chance: 4/3. Após salvar três break points num game sensacional, Jo novamente subiu o nível na hora H e conseguiu um winner de direita no 40/40 do nono game. Com uma linda passada de esquerda na paralela, então, ele sacaria para o set.
E o francês não bobeou. Sem problemas, confirmou seu serviço e empatou o jogaço em 2x2.
Mas Murray mostraria por que é considerado parte do “big four” do tênis há tanto tempo. Salvando um break point no primeiro game do quinto set, ele falou para seu box: “não há chance de eu perder esta partida”. No game seguinte, o escocês voltou a fechar na rede e vibrou muito, fazendo a quadra central pulsar por seu jogador preferido.
No 0/3, o francês errou na esquerda e voltou a dar uma quebra, assim como ocorrera no segundo set. Em questão de tempo, o 2º colocado abria 5/0. Assim, ficou fácil. A única coisa que Tsonga pôde fazer foi tirar o 0 do placar, por “questão de honra”, porque Murray cumpriu a promessa feita no início do set e não deu chances. 6/1 e passaporte carimbado para a semifinal após quase quatro horas.