A americana Chris Evert, dona de 18 títulos de Grand Slam, deu uma entrevista ao site de WTA em que afirma categoricamente que, após o declínio de Serena Williams, Garbiñe Muguruza, da Espanha, que bateu a americana em Roland Garros, dará as cartas entre as mulheres.
“Quero dizer, quem será a próxima número um, após a partida de Serena? Você tem que ‘pôr seu dinheiro’ em Muguruza, porque, primeiramente, no tênis atual, você precisa ter potência”, disse ela, campeã sete vezes em Roland Garros, seis no US Open, três em Wimbledon e duas em Melbourne.
Apesar de Muguruza ter sido a terceira tenista consecutiva a vencer um Grand Slam de forma inédita (Flavia Penneta conquistou o US Open 2015 e Angelique Kerber o Australian Open 2016), Evert elucida, com uma forte declaração, o que separa a espanhola das outras estrelas emergentes da WTA.
“Quando olha para as outras três (maiores concorrentes ao topo do ranking), vejo Radwanska, Kerber e Halep. Não acho que alguma das três será número um do mundo. Elas não têm esse tipo de ‘poder esmagador’. Muguruza o tem, assim como Serena. Ela está seguindo seus passos”.
“Muguruza ainda precisa amadurecer um pouco. Ela ainda é nova (22 anos), provavelmente ainda precisa ser mais consistente nos resultados em torneios menores. Mas, quando olho para vitórias em Grand Slams, tenho de falar sobre Muguruza, você tem de olhar para Madison Keys, Victoria Azarenka e Petra Kvitova – as jogadoras com potência e aquele algo a mais além das meninas que batem na bola consistentemente”.
Enquanto as expectativas permanecem altas para Garbiñe, Evert comentou sobre a difícil transição do saibro para o grama, razão pela qual apenas oito mulheres venceram Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano. A número dois do mundo jogou apenas uma partida na grama, perdendo na primeira rodada do WTA de Mallorca para a belga Kirsten Flipkens, que já fez semifinais em Wimbledon.
“Ela (Muguruza) passou por muita coisa (desde o título em Paris). Acho que ela terá um difícil torneio de Wimbledon. É muito difícil lidar com esse momento. Pouquíssimas pessoas venceram Roland Garros e Wimbledon na mesma temporada, principalmente nesta idade”.
“Será muito curioso, na minha opinião, se ela conseguir lidar com o momento e a confiança e for bem, pensando que chegou à final no ano passado, ou se irá enfrentar um período difícil de renovação, especialmente lidando com as expectativas das pessoas”, finalizou.