Cuevas vence Pella e conquista o Rio Open, primeiro ATP 500 de sua carreira

O uruguaio Pablo Cuevas, 45º no ranking da ATP, é o grande campeão do Rio Open 2016. Também vencedor do Brasil Open em 2015, ele marcou 6/4, 6/7(5) e 6/4 sobre Guido Pella, 71º, em 2h15min, e conquistou o primeiro ATP 500 da carreira.

Foi o quarto título da carreira de Cuevas, o primeiro acima do degrau 250. O tenista uruguaio, agora, ficará bem perto do top 30.

A caminhada do tenista, que tem 30 anos, neste Rio Open foi dura. Após vencer facilmente o argentino Facungo Bagnis, na estreia, ele teve um jogo duro contra a surpresa do torneio, o cearense Thiago Monteiro, que, no dia anterior, eliminara o francês Jo-Wilfried Tsonga, um dos favoritos ao título. Cuevas marcou 7/6(5) e 6/3 sobre Thiago. Após vencer, nas quartas, mais um argentino, Federico Delbonis, por duros 6/4 e 7/6(4), Pablo marcou um encontro, na semifinal, contra Rafael Nadal, que o derrotara nas quartas de final do ano passado, em jogo que entrou pela madrugada.
Como se fosse ironia do destino, mais uma madrugada adentro contra o mesmo Rafa, desta vez em 2016. No jogo que estabeleceu o recorde de duração na história do Rio Open, com 3h28, Cuevas virou a partida e fez 6/7(6), 7/6(3) e 6/4, em um jogaço. A partida deste domingo foi a cereja do bolo, mesmo que o uruguaio tenha deicado evidente que o cansaço acumulado ao longo da semana foi grande e sentido ao longo da final.
O jogo começou por pouco tempo. Cuevas entrou em quadra um pouco lento, enquanto Pella veio com tudo. O uruguaio conseguiu, mesmo assim, segurar seu saque, mesmo enfrentando dois break points no quarto game, quando sacava em 1/2.
Com Pella sacando em 3/3 e 30/0, o jogo foi suspenso por causa da chuva. Quase três horas e meia depois [foram exatas 3h23min de paralisação], após às 22:30, o jogo voltou.
No terceiro game pós reinício, Cuevas teve 15/40 e, logo na primeira chance, quebrou o saque do argentino. Para vencer o set em 5/4, o uruguaio sacou demais, não dando a menor chance para Pella; 6/4, em 40 minutos – não corridos, obviamente.
O segundo set correu bastante tranquilo. Os dois jogadores confirmaram seus saques com grande tranquilidade, soberanos em seus serviços, sem ceder chances de quebra, nos doze games da parcial. Restou, portanto, decidi-lo no tiebreak.
No segundo ponto da decisão, com Cuevas sacando em 0/1, Pella conseguiu um belo winner de devolução com o backhand. Porém, sacando em 2/1, errou duas bolas fáceis, em seu primeiro momento inconstante no segundo set. O algoz de Nadal, que ontem venceu o espanhol em uma batalha de 3h28, não aproveitou, entretando. Com 4/2 e saque, perdeu o minibreak. Ele até recuperou a vantagem e sacou em 5/4, mas perdeu os dois saques, o segundo com outra ótima devolução do argentino, e viu Pella encaixar um grande saque no 6/5, fechando o set e levando o jogo para a parcial decisiva.
Na terceira etapa, o mesmo ritmo do segundo set: dois tenistas sólidos em seus saques, não dando chance de o adversário chegar ao break point. Até o 4/4. Ali, com os dois tenistas já deixando transparecer a fadiga causada por uma semana de calor e jogos intensos e uma final que teve tensão durante mais de seis horas, se contarmos o tempo de jogo e a paralisação, Pella endureceu o nono game, quando Cuevas sacava, mas o uruguaio não foi ameaçado.
No game seguinte, então, o desfecho: com 30/30, Pella errou um backhand, e Pablo chegava ao match point. Na primeira chance de quebra em dois sets inteiros, muita luta dos dois: Cuevas foi para cima, enquanto Pella, pressionado, tentava resistir, jogando as bolas para o outro lado. Em uma direita quase indefensável, Pella não conseguiu jogar a bola para o outro lado. Cuevas, finalmente, vencia um torneio acima do nível 250.
O argentino derrotado, falou. “A semana significa muito. Sou como qualquer outro, não gosto de perder finais. A verdade é que eu não era favorito em nenhum jogo; consegui ganhar vários jogos, foi uma boa semana”, disse Pella, visivelmente frustrado, mas satisfeito com a campanha que fez.
Na entrevista pós jogo, ele destacou o ineditismo da conquista e a vitória sobre o ‘rei do saibro’. “ É o quarto título da minha carreira, mas o primeiro 500. É especial, bati o Nadal nas semifinais. O Pella é um grande jogador, venceu grandes tenistas no torneio. Foi um ótimo jogo, atuei bem, saquei bem. No segundo set, o jogo escapou um pouco, mas no terceiro pude ser feliz”, avaliou Cuevas.
Por fim, ele terminou com falando sobre sua participação nas Olimpíadas 2016, em agosto, no mesmo Rio de Janeiro onde acabou de ser campeão. “Certamente vou estar aqui. Com esses 500 pontos, praticamente assegurei a minha participação. As Olimpíadas são em quadras duras, que não é o meu piso preferido – ele prefere o saibro -, mas representar o país é sempre muito especial. Em 2012 [em Londres, na Inglaterra], não pude jogar, pois estava com uma lesão, mas, desta vez, jogarei com certeza”, completou o grande campeão do maior torneio da América do Sul.