Após lutar muito, por 4h33min, contra o melhor jogador do mundo e ser derrotado por 6/3 6/7 (7/1) 6/4 4/6 6/1, o francês Gilles Simon analisou, de forma muito esclarecedora, a partida e a maneira de tentar bater Djokovic e os outros jogadores tops da ATP.
“Não me sinto bem [após o jogo]. Foi uma partida muito longa, muito dura. Correndo demais durante 4 horas e 40 minutos, em torno disso [o jogo teve 4h33min]”, disse Simon, acrescentando. “Perder em cinco sets traz sempre um sentimento ruim. Quando joga-se por muito tempo, você sente que tantas coisas estão ocorrendo na quadra, que muitas poderiam ter sido diferentes. Simplesmente senti que hoje não deu para mim”.
O francês destacou a agressividade e a intensidade do sérvio como chaves para a vitória do número um. “Ele jogou melhor no final. As condições estavam ficando mais lentas e ele estava batendo mais firme na bola, correu mais riscos e as bolas caíram dentro da quadra. Do 2/1 e 40-0 até 0 5/1, ele só acertou ótimas bolas, muitas nas linhas. Bastante agressivo, não há muito a dizer. Ele definitivamente jogou melhor no final”.
Quando perguntado sobre o que o fez tirar dois sets do sérvio, que não perdia um set há tempos, Gilles Simon negou-se a revelar a estratégia. “Sei exatamente o que estava fazendo, mas não direi. Conheço-o bem, eu tinha um plano. Todos sabemos que tipo de jogador ele é e quão difícil é achar qualquer solução para pará-lo, para, de alguma forma, me sentir mais confortável na quadra. Acho que trabalhei bem hoje, ele cometeu cem erros não forçados. Não é um bom número para ele, mas pra mim sim. Infelizmente não foi suficiente, mais uma vez”.
Instigado a comparar a dificuldade de jogar contra Djokovic, Nadal e Federer, Simon respondeu de forma cômica. “É difícil. Quando você fala deles.. eu já estou em depressão. Imagino-os ganhando. Eu perco, perco, perco, e hoje eu perdi de novo”, brincou o francês.
“Acho que um dos meus méritos é não temê-los. Vejo-os como jogadores de tênis e humanos; são fantástico, jogam um tênis sensacional, mas, ainda sim, têm fraquezas na quadra. Tento explorar [as fraquezas], somente. Tendo manter as coisas simples”, explicou Simon, desta vez mais sério.
Finalmente, questionado sobre o que faz de Djokovic um jogador tão espetacular, mesmo num dia em que cometeu 100 erros não forçados, Simon não economizou elogios. “Bom, quando você saca tão bem, devolve tão bem, move-se, na quadra, tão bem e, na maioria do tempo – não sempre, pudemos ver isso hoje, destacou – bate na bola de forma tão limpa, é difícil superá-lo. Para isso, você tem que jogar de forma perfeita”.