Em reportagem especial do jornal norte-americano The New York Times o presidente da Federação Internacional de Tênis (ITF) comentou que quer ampliar o programa antidoping com apoio da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e da Associação das Tenistas Profissionais (WTA).
"Penso que quando temos notícias como esta da Federação Internacional de Atletismo e da Rússia, crescem os alertas, como deveria, e nos faz olhar tudo o que estamos fazendo", disse Haggerty ao New York Times. “ Isto nos faz querer ter certeza de que estamos fazendo tudo o que podemos e temos programas que realmente tenham integridade, seja contra doping, corrupção ou governancia", declarou.
Haggerty comentou à reportagem que o grande problema hoje em dia está na governancia das federações, de qualquer esporte, e que quanto mais centralizado o controle, ele pode pender para a corrupção.
O chefe do programa antidoping da Federação Internacional de Tênis, Stuart Miller, comentou à reportagem que vê inúmero desafios no plano de centralizar todo o controlo antidoping esportivo do mundo nas "mãos" de apenas uma instituição, seja ela a WADA (Agência Mundial antidoping) ou qualquer outra instituição.
"Não acho que devemos sentar em nossas mãos enquanto o processo todo acontece", declarou Miller.
Haggerty contou à reportagem que tem conversado com Miller: "Nós dissemos a Stuart, 'Olha, recursos (financeiros) não são um problema - venha com uma ideia e um plano que seja o melhor para o tênis, e então olharemos com calma".
Haggerty comentou ainda que tem conversado com a ATP e a WTA sobre ampliar e melhora o custeio do programa de prevenção e também os exames até 2017. Hoje o valor, de acordo com o jornal americano, é de US$ 4 milhões anuais para o programa, que segundo o presidente da ITF.
O programa da ITF, que recentemente foi criticados por tenistas tops como Roger Federer e Andy Murray, inclui 600 perfis de jogadores em todo o mundo, no chamado "passaporte biológico",informou Stuart Miller ao jornal e comentou que os exames feitos fora de competição é que são mais importantes para o controle geral do esporte.
De acordo com o diretor do programa antidoping da ITF comentou com o jornal que estes exames fora de competição representaram quase 50% de todos os exames realizados em detrimento dos 15% realizados em 2012.
Sobre as críticas feitas por Federer durante o último ATP Finals afirmando que "há meses não era testado" e que há mais tempo ainda não se "submetia a um exame de sangue", Miller comentou que é praticamente impossível testar todos os jogadores em todos os torneios.
Ainda de acordo com Miller, é necessário manter a "imprevisibilidade" dos exames, variado entre testar atletas apenas no final dos torneios, ou no inicio ou no meio, dando assim uma "variedade" de tenistas testados, já que derrotas e vitórias acontecem o tempo todo no circuito.
Ainda à reportagem, Stuart Miller destacou que cerca de 6 ou 7% dos atletas que alcançaram os top 10 (ATP e WTA) nos últimos 25 anos foram testados positivos para doping e que em todo esse período, 80 violações de doping foram registradas. "Nós tivemos violações por doping de Mariano Puerta, Martina Hingis, Richard Gasquet e Marin Cilic; estes todos top 10", destacou o diretor reconhecendo que nem todos os tops são testados frequentemente como declararam Federer e Murray, entretanto Miller acredita que o importante é "testar não apenas os tenistas tops".