Por Luis Borgia e Fabrizio Gallas - Nesta quinta-feira completa quinze anos da chegada de Gustavo Kuerten ao topo do tênis. Tenistas que viveram sua geração, como Fernando Meligeni e André Sá (foto) e são amigos relembraram ao Tênis News a façanha.
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Meligeni, medalhista de ouro do Pan-Americano de Santo Domingo em 2003 e semi de Roland Garros em 1999 se recordou da epopéia do catarinente: “Em Lisboa o choque já tinha passado, depois de Roland Garros, ali tinha sido o choque, onde ele mostrou que não havia sido só um torneio que jogou bem, o número 1 já estava próximo, não foi surpresa por tudo que já vinha fazendo há um bom tempo”, afirmou o ex-tenista.
Seguiu, respondendo se esperava que o “surfista do saibro” poderia vencer em dias seguidos dois dos maiores tenistas da história, Sampras e Agassi: “ Ele podia fazer qualquer coisa, era do nível desses caras, ganhou Roland Garros, mais de 20 torneios, surpreendeu, lógico que ganhar do Sampras não é para qualquer um, mas ele tinha essa condição e demonstrava isso”.
Meligeni ainda falou sobre a importância e o significado que teve para o Brasil e o tênis aqui, a chegada de Kuerten a tal posto, ao topo deste esporte: “Significou muita coisa, primeiro foi uma credibilidade, uma certeza que a gente podia chegar, abriu mercado para o tênis brasileiro, coisas que não imaginávamos para o tênis, só coisa boa, surpresa muito agradável. E importante demais, foi o ponto de partida para fazermos o tênis uma realidade, não adianta termos só o número um, obvio, temos que trabalhar o esporte no país, mas precisamos de ídolos, o esporte aqui vive de ídolos e isso ajudou bastante o tênis a crescer”.
André Sá, que formou dupla de Copa Davis, jogando a última partida desta competição de Guga, em 2007 em Innsbruck, na Áustria, concordou: "Mudou totalmente a maneira como o esporte foi visto pelo publico brasileiro. E para o tênis brasileiro, o Guga criou um ambiente nunca visto antes, onde os jogadores começaram a acreditar em títulos grandes e os jovens a sonhar grande. Nossos jogadores passaram a ser mais respeitados fora do Brasil."
Mas, ter o número 1 do mundo, trouxe reais benefícios para o tênis brasileiro? Meligeni, o "Fino” respondeu: “Trouxe, poderia ter trazido mais, mas aí a responsabilidade é da política esportiva, não dele, não conseguimos, ficou um esporte mais querido, mais amado, mas não se criou política para o crescimento do esporte aqui”, finalizou Meligeni.
Sá,que aos 38 anos busca sua quarta Olimpíada, na Rio-2016, exalta : "O Guga sempre foi e ainda e muito carismático então era fácil conviver com ele. Foi uma honra e conquista poder defender o Brasil e na Davis ainda mais jogando ao lado de um numero 1 do mundo."
Em um país sem investimentos ao tênis, Gustavo Kuerten se sobressaiu, chegou a um lugar onde todos sonham, o feito de Guga é maior do que muitos imaginam, não é à toa, que é reverenciado no mundo todo, que entrou para o Hall da Fama do tênis, o dia sempre será lembrado.