Por Fabrizio Gallas - 21 vitórias seguidas, desde outubro do ano passado. 21 vitórias seguidas em Grand Slams no piso duro com três títulos. As duas últimas finais - US Open e este Australian Open - com pouca resistência dos adversários. Ou amplo domínio de Jannik Sinner. Crédito: Tennis Australia
Entre em nosso canal do Whatsapp!
Eu opto por essa segunda alternativa. A italiano é cada vez mais dominante no piso duro ao passo que Carlos Alcaraz já vem mostrando que demora a 'esquentar o motor' para começar a temporada e 'tem prazo de validade' quando chega a reta final do ano. Usa muita energia que acaba não sobrando quase nada para o segundo semestre.
O cenário é de dominância para o italiano pelo menos nas quadras rápidas e uma disputa mais interessante nas outras superfícies. Como 60, 70% da temporada é jogada nesse tipo de superfície, a tendência é para a monotonia como foram as finais de Nova York e a de Melbourne. Monotonia talvez seja uma palavra muito forte. Poderia trocar para sem ou com pouca emoção. Que envolvam mais o público.
Pelo menos a boa notícia desse Australian Open é a chegada da NextGen. É a chegada de João Fonseca, Jakub Mensik, Alex Michelsen e Learner Tien. Mas vai demorar um pouco para essa galera ganhar a experiência e a resistência física necessária para bater de frente com esse início de Reinado do italiano na superfície. Isto nos Slams. Em jogos melhor de três sets a figura muda um pouco. Coloco o brasileiro com mais punch e estilo completo de jogo para desafiar mais.
Sim, Djokovic está por aí, mas é cada Slam mais claro que o corpo não está aguentando - em maio completa 38 anos. Em mais um Major ele tem problemas físicos e acaba "estourando" . Wimbledon se torna sua maior chance do sonhado 25º Major, ou ter a sorte de Sinner dar alguma brecha nos Estados Unidos. Bem provável que 2025 seja sua temporada derradeira no circuito.
Sobre Zverev foi a terceira chance perdida. Engraçado em que em nenhuma final ele tenha enfrentado um Big 3 (Austrália 2020 contra Thiem e Roland Garros contra Alcaraz). Ele não quer terminar a carreira como um jogador sem Slams. Mas é bom lembrar que grandes nomes ficaram sem levantar uma taça. O talentosíssimo David Nalbandian, o mega trabalhador David Ferrer - só para citar dois exemplos recentes. O saibro de Paris pode ser uma chance melhor para ele.
Acabou que neste domingo foi um misto de passividade do alemão com uma confiança absurda de Sinner. Sascha não teve nenhum break-point. Sempre quando chegava em um 0/30 ou 30 iguais o italiano vinha com uma solução, seja no saque ou no jogo agressivo com uma direita ou um backhand.
Em suma. É de se aplaudir a conquista de Sinner, mas também é preciso torcer por uma maior competitividade dos demais. Que achem uma solução e que a NextGen desabroche um pouco mais rapidamente.
Monotonia foi o que não faltou nas finais do feminino. Madison Keys, em seu 46º Slam, derrubou Iga Swiatek e Aryna Sabalenka, destronou as líderes do ranking e causou uma bagunça por lá. Emplacou sua 12ª vitória seguida. Se mantiver a corrida pode dar um caldo - também no piso duro. A novidade é que para ela agora a pressão virá. É uma campeã de Slam, os olhos estarão atentos nela.
Keys mostra também para muitas que nada é impossível. Até mesmo para Bia Haddad - porque não ? - afinal quartas e semis de Slam nos últimos anos o passo não é tão gigante para chegar a um troféu. As coisas se encaixaram para a americana. Podem, eventualmente, se encaixar para a brasileira em dada semana e momento, por mais que o começo de ano não seja dos melhores.