Por Gustavo Loio - O dia 14 de janeiro de 2025 está marcado na história do tênis como o da estreia de uma estrela, de apenas 18 anos, em Grand Slams. Crédito: Tennis Australia
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E João Fonseca não tomou conhecimento do número 9 do mundo, o russo Andrey Rublev, de 27 anos, no Aberto da Austrália, derrotado por 7/6 (7/1), 6/3 e 7/6 (7/5). Na verdade, parecia que o carismático e muito talentoso brasileiro, ainda o 112º do planeta, era o top-10 em quadra.
Foi a 14ª vitória consecutiva (a 9ª seguida sem perder sets) do tenista carioca, que furou o qualifying em Melbourne (três jogos) e vem dos títulos do NextGen Finals, em dezembro, e do Challenger de Canberra, semana passada . A aula desta terça-feira garante esse fenômeno do tênis mundial no top-100 pela primeira vez na carreira.
Na próxima rodada, João Fonseca, enfrenta um conhecido, o italiano Lorenzo Sonego, 55º do mundo, de 29 anos. No único confronto entre eles até hoje, no saibro, ano passado, no ATP de Bucareste, o tenista carioca venceu por 7/6 e 7/5.
Contra Rublev, desde o primeiro game de saque, em que fez um ace, Fonseca mostrou que estava muito à vontade, sem qualquer pressão. Ainda no set inicial, chegou a confirmar um serviço em apenas 55 segundos. Apenas no set inicial, o brasileiro fez sete aces, um belo número para quem estreava, aos 18 anos, em um Slam. Por vezes, a expressão facial do russo era de desespero, sem saber como parar o fenômeno brasileiro. No terceiro set, Rublev não aguentou tanta frustração e jogou a raquete no chão.
O pupilo do técnico Guilherme Teixeira, da equipe Yes Tennis, no Itanhangá, também mostrou que estava à vontade ao se deparar, pela primeira vez num jogo dessa grandeza, com um break point. Ganhou um ponto espetacular e ainda chamou a torcida, gesto que ele repetiu outras vezes no jogo. Mais à vontade, impossível.
Mesmo contra um dos jogadores que mais forte batem na bola em todo o circuito, João Fonseca distribuiu winners (51, em toda a partida), principalmente com sua potente direita.
O saque (foram 14 aces no jogo) é outra arma do pupilo do técnico Guilherme Teixeira, que, por algumas vezes, o livrou de situações perigosas. Tanto que apenas no quarto game do terceiro set que Rublev, enfim, quebrou o saque do fenômeno brasileiro. Mas Fonseca, que não para de impressionar pela maturidade e serenidade, além do talento muito acima da média, deu o troco no game seguinte. E, em mais um tiebreak, mostrou ao número 9 do mundo quem chegou chegando aos Grand Slams. O ponto final foi um winner de direita na paralela, emocionando a torcida brasileira por estar fazendo, novamente, história.
Além das qualidades citadas acima, o mais jovem tenista dos 128 que disputam a chave principal do Aberto da Austrália também chama a atenção pela simplicidade, humildade e a confiança.
Incrível imaginar que a trajetória de João Fonseca em Grand Slams está apenas começando, com um cartão de visitas tão impressionante quanto o da estreia desta terça-feira.
Siga o baile do João Fonseca!
Abaixo, as 14 vitórias seguidas desse fenômeno brasileiro:
Aberto da Austrália
Andrey Rublev (9) 7/6 (1), 6/3, 7/6 (5) (1ª rodada)
Thiago Tirante (116) 6/4 6/1 (final do qualifying)
Coleman Wong (171) 6/0 6/3 (segunda rodada do qualifying)
Federico Gomez (134) 6/4 6/0 (1ª rodada do qualifying)
Challenger de Canberra
Ethan Quinn (202) 6/4, 6/4 (final)
Jacob Fearnley (99) 6/3, 63 (semi)
Harold Mayot (116) 6/2, 6/3
Duje Ajdukovic (142) 6/1, 7/5
Mackenzie McDonald (131) 6/1, 6/3
NextGen Finals
Learner Tien (122) 2/4, 4/3 (10/8), 4/0, 4/2 (final)
Luca Van Assche (128º), 4/2, 4/2, 4/1
Jakub Mensik (48) 3/4 (4/7), 4/3 (10/8), 4/3 (7/5), 3/4 (4/7), 4/3 (7/5)
Learner Tien (122) 4/0, 4/0, 1/4, 4/2
Arthur Fils (20) 3/4 (9/11), 4/2, 4/1, 1/4, 4/1
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.