Por Gustavo Loio - Parece um sonho que o Brasil tem um tenista que, aos 18 anos, é uma das estrelas do tênis mundial. Muito mais que suas 13 vitórias consecutivas (as últimas oito sem perder sets), incluindo o título do NextGen Finals, do Challenger de Camberra e a vaga na chave principal do Aberto da Austrália. Crédito: @xpinvestimentos
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Parece um sonho que o Brasil tem um tenista que, aos 18 anos, é uma das estrelas do tênis mundial. Muito mais que suas 13 vitórias consecutivas (as últimas oito sem perder sets), incluindo o título do NextGen Finals, do Challenger de Camberra e a vaga na chave principal do Aberto da Austrália, que será seu primeiro Grand Slam como profissional, João Fonseca tem mostrado alguns atributos dignos de grandes nomes. E passa enorme esperança de uma carreira gloriosa para a torcida brasileira.
Rising star Joao Fonseca draws Andrey Rublev in the first round! pic.twitter.com/67FkOhFul5
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 9, 2025
O sorteio da chave principal colocou o brasileiro logo contra o favorito russo Andrey Rublev, nono do mundo, de 27 anos. Em sua única partida disputada na temporada, o tenista nascido em Moscou perdeu na estreia do ATP de Hong Kong Fabian Marozsan (58º). Rublev se despedira de 2024 com três derrotas na fase de grupos do ATP Finals (torneio que reúne os oito melhores do mundo), em Turim, na Itália, para o norueguês Casper Ruud, o espanhol Carlos Alcaraz e o alemão Alexander Zverev. Obviamente, Rublev (dono de 16 títulos de ATP) tem muito mais experiência que João Fonseca, mas o brasileiro atravessa momento bem melhor que o adversário. Isso sem falar que o tenista carioca já mostrou que não só não tem medo, como se motiva quando joga com adversários de ranking superior.
João about that!
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 9, 2025
18-year-old Brazilian phenom João Fonseca defeats Tirante 6-4 6-1 to make the main draw.
He's one to watch, tennis fans.#AO2025 pic.twitter.com/kyIWwzyllE
Para quem começou a acompanhar esse fenômeno do tênis mundial recentemente, vale lembrar que o sonho protagonizado por esse carioca de Ipanema não surgiu de uma hora para outra. Desde os 12 anos, João Fonseca trabalha com o técnico mineiro Guilherme Teixeira, da equipe Yes Tennis, que tem sido muito importante em todas as suas conquistas. Enquanto juvenil, esse fenômeno alcançou marcas como a liderança do ranking mundial, o título da Copa Davis e a cereja do bolo foi a conquista do US Open da categoria em 2023.
João Fonseca começou o ano passado como o 730º do mundo e terminou na 145ª posição. Hoje, é o 113º e, muito em breve, entrará de vez no top-100. Com todo seu potencial, tem tudo para continuar galgando colocações e arrancando elogios (mais que merecidos) do mundo do tênis.
Smells like teen spirit at #AO2025 😍
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 9, 2025
Fonseca 🤝 Landaluce 🤝 Tien 🤝 the first time
three teenagers successfully qualify for a Grand Slam main draw since the US Open in 2015! pic.twitter.com/5ZFdhR0Y4Q
Maturidade e personalidade são duas das armas de João Fonseca
Personalidade é uma das armas desse garoto de Ipanema. Recentemente, ele disse que quer ser número 1 do mundo e ganhar Grand Slams. Quem tem acompanhando sua trajetória sabe que ele está no caminho certo para isso.
No último dia 22, horas após triunfar no NextGen Finals, na Arábia Saudita, em coletiva de imprensa on-line, perguntei a Fonseca a importância de Guilherme Teixeira. Ele respondeu que o considera como um segundo pai. E essa relação de enorme confiança e parceria com o técnico vejo como um dos segredos do sucesso desse incrível tenista.
Outra arma do pupilo de Guilherme Teixeira é o saque, que costuma o livrar de situações complicadas durante as partidas. Aconteceu algumas vezes nesta quinta-feira, na rodada final do quali em Melbourne, contra o bom argentino Thiago Tirante. Aliás, esse prodígio brasileiro passou com sobras pelo qualifying em Melbourne, com três vitórias sem perder sets e com direito dois pneus (6/0) nas duas primeiras rodadas.
Apesar da pouca idade, João Fonseca também chama a atenção pela maturidade, dentro e fora (basta ver suas entrevistas) das quadras. E também pela serenidade de quem não baixa a guarda nem reclama de si mesmo com os eventuais erros. O pupilo de Guilherme Teixeira, ganhando ou perdendo os pontos, parece muito bem virar a chave para a jogada seguinte, o que é mais uma grande virtude.
Bem-vindo aos Grand Slams do circuito profissional, João Fonseca! Obviamente, não sabemos até onde vai essa incrível sequência de 13 vitórias.
Mas temos certeza de que, com todas as armas que ele tem apresentado, o céu é o limite.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.