Guy Forget confia em Sinner, mas diz: 'Não pode haver padrão duplo'

Guy Forget , ex- número 4 mundial em simples e que foi capitão da Copa Davis e diretor de Roland Garros, comentou sobre o caso de doping de Jannik Sinner. Crédito: © 2023 Aurelien Meunier / Prime Video

Entrevistado por Tennis Actu , ele discutiu, entre outros temas, o caso Sinner-WADA , que agora se tornou central em todas as entrevistas: "Esses são temas terrivelmente complicados. Temos de lutar contra estes flagelos com a máxima determinação , mas tenho a impressão de que foi alcançado um tal nível de tecnologia de testes que é possível localizar um grão de açúcar numa piscina olímpica. Todos os jogadores tomam suplementos alimentares e vitaminas: produtos que podem conter vestígios de substâncias perigosas. Assim, mesmo sem saber, acabam com resultados positivos nos exames. Quando isso acontece, é uma tragédia absoluta para os inocentes. Não estou falando dos culpados e reincidentes. Coloquei-me no lugar de um atleta que testou positivo para uma substância presente em quantidades infimas. Podemos dizer a nós mesmos que estamos nos impedindo de viver a nossa paixão, encontrando-nos nesta situação mesmo que nunca tenhamos trapaceado: é terrível. Vejo algo assim para Halep, Swiatek e Sinner. O problema é que não pode haver uma solução em dois níveis. Não podemos pensar em suspender um jogador por um ano e outro por três semanas. É um duplo padrão que seria uma injustiça e um problema. Não duvido da boa fé de Sinner , ao contrário do que fiz em outros casos. Se Sinner receber uma sanção retroativa, será difícil para ele".

"O esporte foi e será prejudicado sempre que for registrado um caso de doping mesmo que não intencional. Isto nunca é bom para o esporte e devemos preocupar-nos com isso. O atleta deve ter cuidado ao tomar alguma coisa , porque até você e eu, se fizermos um teste agora, podemos testar positivo. O atleta não pode se dar ao luxo de ser descuidado ou de se deixar levar. Como quando presenciamos uma investigação sobre algum tipo de crime: mesmo no caso da inocência, a história sempre deixa rastros".