Tio e mentor de Rafael Nadal desde os cinco anos até o circuito profissional em 2018, Toni Nadal concedeu uma entrevista ao site da ATP para falar das conquistas e carreiras do sobrinho. Toni destaca o orgulho da grande pessoa que Rafa se transformou.
"Há alguns meses, Rafael me disse que estava pensando em se aposentar. Ele queria fazer isso em Málaga durante a Copa Davis”, disse Toni ao site da ATP. “Claro, era algo mais ou menos esperado. Sabíamos que a decisão viria mais cedo ou mais tarde. Descobri há alguns meses porque Rafael veio me contar”, completou ele.
Tio e mentor de Nadal desde a infância, Toni foi questionado se sente orgulho da carreira que o pupilo construiu e se ela excedeu suas expectativas.
“Não gosto muito da palavra orgulhoso”, disse ele que sempre pregou humildade para o sobrinho e em suas falas. “Me sinto muito feliz por tudo o que ele conquistou, obviamente em quadra por tudo o que ganhou. Mas, acima de tudo, o mais notável, que realmente me agrada como familiar, é ver como um garoto que sonhava em ser um grande tenista fez tudo o que era possível sem se perder. Ele sempre manteve os pés no chão. Permanecendo competitivo dentro dos limites da correção. Isso é definitivamente o que mais me agradou. Adorei ver o quanto as pessoas apreciaram isso.”
Tio Toni coincide com a opinião do agora ex-treinador de Rafa, Carlos Moyá que afirmou que o tenista deveria se aposentar sem nenhum tipo de arrependimento.
“É claro que ele pode ir de cabeça erguida. Depois de tudo o que ele conquistou, tendo estado lá (no topo) por muitos anos, ele ganhou o imenso respeito da maioria das pessoas. Ele deixou uma boa imagem em todos os torneios em que participou. Acho que está claro que ele pode ir de cabeça erguida”, ponderou.
Toni também falou sobre o momento final da carreira do sobrinho, que sofreu bastante em quadra em suas últimas partidas: “Claro que o vi sofrer. Mas me acostumei a vê-lo sofrer tantas vezes durante sua vida de tênis. Muitas vezes ele teve lesões graves, lesões que pareciam que iriam prejudicá-lo e até mesmo impedi-lo de jogar mais. Como me acostumei tanto com isso, não fiquei surpreso em vê-lo sofrer um pouco no final. A verdade é que, mesmo vendo-o sofrer, acho que Rafael não pode reclamar porque a vida o tratou muito bem.”
Para Toni Nadal, Rafa deve seguir uma "vida normal" de agora em diante e que ele tem se preparado para este momento, pois sempre soube que a carreira esportiva tinha prazo. Questionado sobre o momento mais memorável da carreira ao lado do sobrinho, Toni não surpreendeu:
“Eu vou me lembrar, é claro, da final de Wimbledon [2008], das finais de Roland Garros, dos torneios em Monte Carlo. Mas, acima de tudo, eu vou me lembrar do processo que levou Rafael a alcançar essas vitórias”, disse.
“Eu disse a ele muitas vezes: se você não gosta do processo, será difícil para você gostar do resultado. Eu sempre dei muito valor ao processo pelo qual passamos. Desde que parei de treinar Rafael, às vezes me lembro de vitórias de muito tempo atrás, mas também de sessões de treino no Club Tenis Manacor, quando Rafael ainda era um garoto, tentando melhorar seu forehand e seu backhand", finalizou.