Em seu podcast New Balls Please com Fernando Nardini, Fernando Meligeni, quarto lugar nas Olimpíadas de 1996 em Atlanta, lançou uma reflexão sobre a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos.
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O país terminou na 20ª colocação geral com 20 medalhas sendo três de Ouro, sete de Prata e dez de Bronze, a segunda melhor marca da história, abaixo de Tóquio-2020, mas abaixo da meta estipulada pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Para Meligeni, o Brasil não é um país com cultura Olímpica: "Legal a participação dos atletas. Na hora que vamos competir contra os melhores do mundo não podemos garantir. Tivemos vários números 1 do mundo que não conseguiram, outros que conseguiram ganhar. Mas vale a reflexão. Pegamos os jornais do dia seguinte e se fala em decepção, em valor por medalha em valor investido. Parei para pensar e fica uma coisa muito clara. A gente não é um país Olímpico. Somos um país que gosta da Olimpíada. A gente não é um país esportivo. Não somos um país do esporte, mas sim um país que gosta de assistir o esporte", disse Meligeni que explicou.
"Precisamos fazer uma reflexão, atletas, dirigentes, pessoas que assistem, jornalistas. Sei que tem Bolsa Atleta, Bolsa Pódio que dá 5, 10 mil reais por mês. Quando olhamos para um país, o 20º lugar no quadro geral é merecido. Perdemos para algumas potências que alcançam três ou quatro Ouros somente em uma modalidade, isso acontece. Mas no geral o Brasil é um país de 20º lugar. Pois não temos uma política tão clara esportiva e não olhamos o esporte como uma coisa muito importante. Ou acabamos investindo em um que tem possibilidade de medalha. Durante muito tempo não tivemos Ministério, um patrocinador entra em cima da hora para investir em um atleta e aí chega na hora da medalha tem a crítica. Mas quando foi ajudado ? Tem atletas que sim, recebem incentivo grande. Falar de 10 ou 15 mil reais para um atleta de alto rendimento é quase que um salário mínimo. Ele tem que pagar técnico, preparador físico, médico, fisiologista, ele precisa viajar. São poucos esportes com uma estrutura como futebol, vôlei, basquete. Em uma esgrima, tiro, luta, não tem.
Para Fino, que foi top 25 do mundo no tênis com Ouro Pan-Americano e semi de Roland Garros em 1999, a cobrança tem que ser em todos os setores e não só nos atletas: "Se a gente quer cobrar o esporte brasileiro, vamos transformar o país em uma potência esportiva. Se não, vamos aplaudir o resultado que a gente têm. Vamos parar de ser hipócritas e isso serve para todo mundo que trabalha com esporte. Acho que fizemos uma baita Olimpíada com os resultados. A gente tem que fazer uma política esportiva mais forte no Brasil ou aceitar (o resultado). Todo mundo tem uma parcela de responsabilidade. O atleta também. O atleta tem que falar mais. Parar de aceitar migalha, Começa a falar".