Em entrevista coletiva após sua vitória na semifinal do Masters 1000 de Montreal, no Canadá, na noite deste domingo, Andrey Rublev trouxe conselhos sobre saúde mental, um dia após dizer que viveu depressão e hhavia explodido nesta temporada.
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Ele derrotou o italiano Matteo Arnaldi por 6/4 6/2 na semifinal e jogará, nesta segunda-feira, às 20h30, sua segunda final de Masters 1000 na temporada.
“Hoje foi um jogo completamente diferente. Com Jannik ele não tinha nada a perder. Eu sei que a única maneira de vencê-lo é jogando de uma forma, não tive outra opção. Então, se eu quisesse ganhar o jogo, seria forçado a jogar assim. Hoje foi diferente porque tive mais pressão. Parecia que eu tinha mais chances de vencer, apesar de Matteo ser um grande jogador e ter me vencido da última vez. Tudo foi diferente, o estilo de jogo porque hoje ventou muito. Ele gosta de quebrar o ritmo, faz muitos slices, muitos lobs e de repente consegue bater com muita força do nada e contra-atacar. É difícil quando os jogadores não dão ritmo, é preciso estar muito concentrado. Não foi fácil com o vento, então o jogo foi um pouco diferente. Não foi um tênis aberto comparado a ontem (sábado) com Jannik. Depois da pausa para chuva, joguei muito melhor, mais focado, capaz de ditar os meus termos e jogar de forma mais agressiva. Estou feliz por ter conseguido me vingar de Roland Garros”, confessou Rublev que comentou sobre favoritismo para a final contra o australiano Alexei Popyrin.
"Não sei. Ambas as partes têm efeitos bons e ruins. Quando você não é o favorito é bom que você não tenha nada a perder, você tem menos expectativas, então joga com mais liberdade. Às vezes você ganha jogos por causa disso, mas o ruim disso quando você não é favorito, depende de contra quem você joga, porque tem alguns jogadores que são favoritos e só com o nome eles já vencem os jogadores, eles nem precisa fazer muito. Basta entrar em quadra e já venceram o jogo só pelo nome e pelo respeito. Então, quando você não é o favorito, isso não acontece com você. Esse é o lado ruim que passa mais despercebido, não ter esse poder.”
Ao ser perguntado sobre conselhos de saúde mental, o russo respondeu: "É uma pergunta difícil porque também preciso desse conselho. A única coisa que espero aprender e que gostaria de aprender quando era mais jovem é fazer tudo conscientemente. Como qualquer decisão que você tome ou qualquer sentimento que sinta, esteja ciente disso, de onde exatamente vem, por que e esteja ciente de que a decisão é sua. A maioria das pessoas coloca algo na sua cabeça e você pensa dessa forma, mas você não está entendendo que essa não é realmente a sua opinião porque você foi criado dessa forma. Portanto, fique atento a cada passo, a cada sentimento que você vivencia para ter certeza de que é seu, porque quando você vive a vida da maneira que gostaria, você se sente muito melhor. Caso contrário, seria como viver uma espécie de mentira para si mesmo. É por isso que todos nós começamos a sofrer com alguma coisa, porque no fundo entendemos que algo está errado, mas não queremos aceitar isso."
O russo revelou uma ajuda inesperada do compatriota Marat Safin, ex-número 1 do mundo, campeão do US Open, vice do Australian Open e que tinha como característica quebrar raquetes e ser temperamental em ação: "Eu estava tentando descobrir muitas coisas sozinho e resolver com psicólogos diferentes, com cursos diferentes, mas quem me ajudou muito e me fez perceber tudo foi Marat Safin. Parece engraçado, mas é verdade. Foi ele quem me ajudou. Depois de Wimbledon tivemos uma conversa muito bacana. Sim, ele me ajudou muito, então agradeço a ele.”