Fernando Meligeni, ex-top 25 do mundo e semifinalista de Roland Garros em 1999, veio ao seu Instagram criticar os haters da web que atacaram os tenistas brasileiros após as derrotas no Aberto da França.
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O Brasil bateu uma marca de 36 anos com seis jogadores na chave de simples, mas todos acabaram sendo derrotados na primeira rodada (Bia Haddad, Thiago Wild, Thiago Monteiro, Laura Pigossi, Gustavo Heide e Felipe Meligeni.
"Em tempos de lacração e intolerância, perdemos a oportunidade de saborear a vida. Curtir um jogo de tênis sem ter que xingar quem você não torce ou reclamar de cada informação errada do narrador ou comentarista.
Ao ver pessoas que entram nos perfis (e não são poucas) com pedras e agressividade, penso no quanto se perde de energia ao não ter o discernimento e inteligência para analisar o contexto todo.
Entendo a torcida, fico bravo também quando alguém perde. Tenho meus favoritos. Ao assistir meus sobrinhos, posso fazer uma lista de “coisas que acho que ele deveria ter feito diferente”. E daí?
Ao ler que todos perderam na primeira rodada, concordo que alguns foram mal, outros surpreenderam, mas penso e não trato o esporte como brincadeira. Trato como alta performance e critico quando é necessário. Mas onde queremos chegar com bravatas de “que ridículo”, “apresentação patética”, “esse ou aquela é medíocre”? Qual é a verdadeira diferença entre um atleta e você, que me lê e todo dia vai trabalhar e faz um monte de besteiras até mais importantes que uma direita para fora? Qual o significado para o Brasil de um tenista perder na primeira rodada para você o ridicularizar sem a mínima compaixão, sabendo que você também erra feio e deve ter feito algo péssimo ontem no trabalho ? Ah, então vivemos ainda na época em que as pessoas iam ao estádio de futebol xingar o árbitro porque lá era um lugar de desafogo ? Ou ainda achamos que podemos falar tudo e ser preconceituosos porque somos de outra “geração”? Lógico que não. Acho que crítica é crítica, opinião é opinião e ataque é ataque. Mas, Fino, por que você defende tanto isso ?
Só defendo porque precisamos nos aproximar do tolerável ou, daqui a pouco, aceitaremos e acharemos normal alguém roubar doações, intimidar escondido, xingar uma pessoa no privado e tantas outras insanidades.
Sou contra acharem que chegar na chave principal de Roland Garros é fácil, perder para um 50º do mundo é ridículo, perder nos detalhes é amarelar. Ridículo é não tentar, ridículo é se esconder e depois pedir autógrafo, ridículo é consumir e desdenhar.
Repito. Não sou contra a crítica, sou contra as palavras ditas e os atos de ataque", disse um dos maiores nomes da história do tênis brasileiro.
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