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Meligeni ressalta Efeito Bia Haddad e Fonseca para o tênis brasileiro

Domingo, 28 de abril 2024 às 10:54:16 AMT

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Tênis Profissional

Fernando Meligeni, ex-top 25 do mundo e semifinalista de Roland Garros em 1999, comparou o momento atual do tênis brasileiro com o momento da época de Gustavo Kuerten. Ele destacou o Efeito Bia Haddad e João Fonseca.



"O efeito positivo dos bons resultados dos nossos atletas move muito mais do que a economia do esporte. Ajuda e incentiva patrocinadores; os fãs consomem mais tênis na TV e ao vivo, e o tênis social aumenta nos clubes e torneios. Sem dúvida, todo esse movimento é benéfico para o esporte", disse Meligeni.

"Lembro-me quando o Guga apareceu e venceu Roland Garros, foi uma loucura. Mídia e patrocinadores só falavam dele e do ‘efeito Guga’. Mas esse momento pode ser ainda mais benéfico para os atletas do que propriamente para o tênis. Somos competitivos. Hoje em dia, 99 em cada 100 pessoas falam do Fonseca e da Bia. Os outros jogadores são ‘esquecidos’ ou pouco falados. Aí é que entra o verdadeiro efeito: rivalidade, raiva, busca de espaço. Seja o que for, os outros tenistas precisam se mexer ou não serão lembrados. Lembro que eu era o melhor brasileiro ranqueado. A imprensa me pedia entrevistas, colocava muita coisa minha. Na semana seguinte à aparição do Guga, um renomado jornalista me disse: ‘Fino, você joga amanhã contra tal jogador. Coloco o de sempre, né?’ Juro que isso me deu muita raiva, muita decepção. O cara vivia me pedindo entrevista, aspas, e desde que o Guga apareceu, ele diz: ‘O de sempre, né?’

Lembro que respondi à altura, mas decidi combater de outra maneira: buscar meu espaço, ganhar mais, melhorar meu ranking. Só assim teria meu lugar.

Hoje, ao assistir à vitória do Monteiro, fica claro que os efeitos geram desconforto, geram motivação. Só coisas positivas para o tênis e para os outros tenistas.

Volto a repetir: somos amigos de circuito, mas todos estamos lutando pelo mesmo: ranking, dinheiro, títulos e mídia.

Que sigamos assim: um puxando o outro, na rivalidade saudável, na busca individual, respeitando os outros. Que mais e mais brasileiros melhorem o ranking e seus desempenhos nos grandes eventos.

A carreira é uma corrida longa com muitos desafios. As oportunidades aparecem toda segunda feira. Precisamos aproveitar nossos momentos e principalmente o sucesso dos outros com humildade e muito trabalho."

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