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Novo ídolo do tênis brasileiro, João Fonseca toma decisão correta

Sábado, 02 de março 2024 às 18:20:52 AMT

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Tênis Profissional

Por Carlos Omaki - Não há dúvidas que o carisma do ainda menino de 17 anos João Fonseca o aponte como um novo ídolo do tênis brasileiro, embora eu também não goste desta hiper valorização precoce.



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A ótima postura demonstrada até aqui, o jeito agressivo e bonito de jogar e os seguidos grandes resultados o colocam inevitavelmente nesta situação.

Em uma das difíceis decisões a serem tomadas por um atleta da sua idade, João Fonseca parte de uma vez para o tênis profissional.
A grande dúvida era tomar essa decisão ou se preservar mais um pouco para amadurecer ainda mais, talvez por um ano, jogando o forte tênis universitário norte americano para então partir para o profissionalismo.

Mesmo com opiniões muito divididas entre familiares e equipe técnica, uma coisa já era mais do que certa….
Não era mais possível adiar.
João já não conseguia mais se esquivar da pergunta: Tênis universitário ou Profissional ?

Para ajudar o leitor a entender alguns pesos e medidas que certamente pesaram na decisão do carioca e seu time, a posição de número 1 do mundo juvenil trás obrigatoriamente muitos benefícios ao atleta através de um programa de incentivo da ITF ( Federação Internacional de tênis). Entre eles convites para o qualificatório e chave principal de grandes torneios.
Esses benefícios são válidos para este ano e certamente não poderiam ser tão bem aproveitados como serão agora se ele houvesse optado pela Universidade.
João teria que abrir mão de novos patrocínios (e agora como profissional), além de não poder receber os prêmios em dinheiro à cima de 10.000 dólares…
Somente no Rio Open João abriu mão de 57.000 dólares que agora com a nova decisão já conseguiu resgatar.
Outro bom motivo para a decisão ser tomada é a intenção de contratos milionários por parte nada menos do que pelo agente de Roger Federer, da Team8, e da gigante IMG.
Enfim, dia após dia são decisões e mais decisões bastante animadoras mas nada fáceis de serem tomadas, como a escolha dos torneios a jogar.
O atleta acaba de recusar os convites dos Master 1000 de Miami e Indian Wells, talvez optando pelos convites nas chaves principais dos torneios da América do Sul em Assunção e Santiago, ou por serem no saibro e não nas quadras rápidas.
Enfim, tudo apenas para ilustrar a dificuldade das decisões e a importância de se pensar muito bem em todas as escolhas.
Para mim, uma decisão muito acertada e não evolve o que é supostamente o melhor caminho, mas o caminho para cada um na busca dos seus sonhos.


Para os leitores que se perguntam se esse menino é tão bom para estar se falando tanto sobre ele ?

João tem números que na América do Sul, na idade (17 anos), hoje só podem ser comparados ao ídolo argentino Juan Martin Del Potro, ex-número 3 do mundo e campeão do US Open de 2009 em pleno reinado do  Big 3 (Djokovic, Nadal e Federer).

Fonseca além do título de Grand Slam juvenil no US open, já é também o primeiro brasileiro na história a terminar a temporada (2023) como número um do mundo, ou seja, o melhor jogador do mundo até 18 anos, foi o grande responsavel para o título também inédito para o Brasil do mundial de 16 anos na Turquia. Todos resultados que renderam e estão rendendo grandes oportunidades como convites para disputar torneios profissionais , patrocínios e muita visibilidade.

Inevitavelmente João Fonseca e sua equipe, chegaram essas encruzilhadas. Jogar mais torneios juvenis, ir para uma grande Universidade Norte Americana e depois seguir no tênis mais maduro e talvez melhor preparado para as pressões inevitáveis nessa situação ou partir direto para o profissionalismo.

Na verdade as encruzilhadas começaram já há algum tempo, na escolha de alguns apoiadores, membros da equipe, calendário e etc …

Uma coisa é certa; até aqui o João não foi poupado de pressões. O próprio título do US Open Juvenil (18 anos) veio de uma decisão difícil. “Expor” o menino, campeão mundial de 16 anos, a mais provações no Infanto-juvenil ou partir mais suavemente para o profissionalismo ?
Partiram para o Grand Slam americano com chances de disputar a primeira posição do ranking mundial juvenil no palmo a palmo com o americano Learner Tien, ficando para ser decidido somente no último jogo do torneio, a grande final vencida pelo brasileiro ainda de virada por 4/6 6/4 6/3.
João é um menino super educado, com o ego bastante controlado e muito fiel ao seu time.
Um atleta com enorme potencial, para se torcer de coração.

Sobre Carlos Omaki

Carlos Omaki é treinador de tênis há 40 anos. Uma das referências do tênis nacional, dono de duas premiações como Melhor Técnico das categorias de base do Tênis brasileiro, é proprietário da COT (Carlos Omaki Treinamento) tendo equipes na Academia Paulistana de Tênis, Club Athletico Paulistano e Tênis Club Paulista e com seu staff de treinadores cuida de cerca de 800 atletas na cidade de São Paulo.

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