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Sinner conta como cuida do dinheiro e diz não ter medo do fracasso

Segunda, 19 de fevereiro 2024 às 21:10:17 AMT

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Tênis Profissional

Jannik Sinner concedeu entrevista para Vanity Fair da Itália e disse estar trilhando seu próprio caminho e que não tem medo do fracasso caso venha ocorrer para o futuro. Ele contou como é controlado com o dinheiro que ganha.



“Gosto de falar sobre tênis e esportes em geral”, começou o campeão do Australian Open e de Roterdã: “Se você quer dizer vida privada, é verdade, quero continuar assim. Quero proteger as pessoas mais próximas de mim, mantê-las fora disso. Eu experimento isso como uma pequena tarefa a ser executada, quase um dever. Eles me ajudaram quando eu era jovem a ganhar autoconfiança e agora quero protegê-los de alguma forma. As pessoas ao meu redor são parecidas comigo, nos entendemos com um único olhar.”

O italiano nunca foi apaixonado por entrevistas e por todo o tema da imprensa, e Jannik conta que tem que responder sempre às mesmas perguntas: “Tenho sempre cuidado com o que digo, ou pelo menos tento. Responder de uma forma que não seja totalmente correta ou verdadeira seria como me jogar no fogo. As respostas são sempre as mesmas porque sou sincero, gosto de ir direto ao ponto”, responde Jannik com sinceridade. Depois de um espetacular Aberto da Austrália e de alguns meses finais, Sinner se considera o rival a ser batido? “Vencer é uma palavra grande. Claro que é um bom resultado, mas ainda tenho que continuar trabalhando, me preparar para tudo. Neste ponto os rivais me conhecem bem, inclusive meus pontos fracos. Sou um dos rivais a vencer. Zverev e Medvedev estão jogando muito bem. O Carlos já ganhou dois Slams e é dois anos mais novo que eu, e depois tem o Nole. “Nole é Nole.”

Nicola Pietrangeli, lenda do tênis italiano, disse que não vê nenhuma fraqueza em Sinner, o que o número três do mundo pensa sobre isso?: “Certamente tenho uma. Ainda consigo lidar melhor com certos momentos difíceis, ainda posso aprender muito com meus erros. Agora estou jogando bem, mas chegarão momentos um pouco mais complicados. É importante trabalhar agora para enfrentá-los preparados. Às vezes podemos nos tornar um obstáculo para nós mesmos. Na minha vida, só quero controlar as coisas que me impedem de fazer o meu trabalho, mas sou um cara normal fora das quadras”.

Além disso, Jannik conta detalhadamente como foram seus dias após conquistar a maior vitória de sua carreira até o momento, o Aberto da Austrália: “No domingo joguei a final, no dia seguinte voei para a Itália e na manhã seguinte fui direto para o academia. Não comemorei muito, não bebi, porque não faz bem ao corpo. Fomos comer alguma coisa e depois voltei para o hotel. A sensação foi muito boa, mas não pensei muito, não tinha noção do que tinha acontecido. Assisti a um filme e dormi. Comecei a pensar nisso às 20h, imediatamente pensei em como poderia melhorar ainda mais. Perguntei-me por que perdi os dois primeiros sets, por que não reagi antes”, explica Jannik.

O italiano tem feito progressos notáveis ​​na sua aparência física nos últimos meses, algo que tem sido fundamental na sua evolução no circuito: “Como todos, digo que gostaria de ter algo diferente, mas estou trabalhando para ter o melhor possível físico para jogar tênis”, confessa um Sinner que aponta a competitividade fora das quadras como uma das coisas negativas que não são vistas no tênis. Por isso, Jannik continua muito próximo das pessoas que sempre conheceu: “Os meus melhores amigos ainda são os da escola, dá para contá-los nos dedos de uma mão. Eles não se importam com o quão famoso você é ou com o que você ganhou."

Sinner nasceu na região do Tirol do Sul, uma área onde o alemão é mais falado do que o italiano. Isto fez com que Jannik recebesse muitas críticas do seu país, embora estas tenham sido silenciadas ao longo do tempo: “Sempre me senti italiano, tenho muito orgulho de ser um. Aos 7 anos competi esqui com crianças italianas, aos 14 na Ligúria meus colegas eram italianos. “Falamos o nosso dialeto alemão, mas mesmo na Sicília falam um dialeto que não entendemos em outras partes da Itália.”

Entre outros assuntos da entrevista, destaca-se sua relação com o dinheiro: “Antes de comprar alguma coisa, sempre olho o preço. Se vou a um restaurante e o macarrão com molho de carne custa muito mais que o macarrão com molho de tomate, peço aquele com molho de tomate. Não porque sou barato, mas porque respeito o dinheiro. O único presente que me dei foi o carro. É bonito, mas também não pense que é uma Ferrari, uma Lamborghini ou uma Maserati”, diz Jannik.

O italiano mostra mais uma vez que tem objetivos muito claros: “Trabalho muito para alcançar os meus objetivos e sonhos. É bom pensar que estou fazendo minha própria história e que estou fazendo isso para mim. Olhando para trás, sei que percorri um longo caminho, mas não quero parar. Todos os jogos que você ganha, você não os ganha no dia em que são disputados, eles são vencidos com uma preparação de meses, talvez anos, trabalhando para aquela partida. Não tenho medo do fracasso, não penso nisso”, explica Jannik, que encerra a palestra com esta interessante reflexão.

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