Na segunda edição de seu podcast, 'Served with Andy Roddick' o ex-número 1 do mundo agradeceu a audiência dos brasileiros e comentou a ideia da formatação de um 'Super Circuito', focado em torneios realizados na Arábia Saudita.
"Eu não acho que é algo a se ignorar. A PGA Tour é muito boa, em quatro semanas, você sabe que está a 45 minutos de voo do próximo evento e há muito dinheiro ali no Oriente Médio. Porém, eu posso dizer 'não' para o dinheiro. Eu vivo numa sociedade capitalista, quero conquistar minhas coisas, acredito no comércio livre, mas não gosto quando as coisas parecem nojentas. Se eu fosse um golfista, eu não viveria de jogar algumas exibições, sem uma linha de corte, sem disputa em chaves", opinou.
"Minha vida foi construir um caminho para que eu pudesse tentar viver aquele momento em Wimbledon e este é o ponto de referência que me faz parar para pensar", seguiu explicando.
"Para mim existe uma grande diferença entre defender para viver, que é a prerrogativa para todos. Mas se quiser você pode ter 52 anos e seguir, desde que consiga competir, durma bem, isso é com você. Eu não acho que faria isso. Porém, isso [Super Circuito] é diferente", continuou.
Roddick exemplificou que tem buscado evitar demonstrar hipocrisia em sua vida, mas entende que há situações nas quais não estaria sendo hipócrita, por ter uma escolha bastante óbvia.
"Se de repente os Grand Slams tiverem a ver com tudo isso, não creio que os jogadores vão desistir de disputar os torneios, com algo que sonhavam desde os 6 anos. Seria muito difícil para mim não fazer isso. Pessoalmente, eu teria que jogar Grand Slams, jogaria o US Open. Recusei a oportunidade de fazer uma exposição em abril próximo. Eu disse 'não' porque não queria saber quanto receberia. Eu nem queria saber, então disse 'não'. Odeio ser hipócrita e já tinha me posicionado antes".
"Não preciso mais jogar Grand Slams, já fiz meu trabalho no tênis. Se de alguma forma esse Super Circuito fizer com que eles absorvam os quatro Grand Slams, eles terão tudo. Os principais valores da ATP são a sua infraestrutura, a sua história, o sistema de classificação e a sua relação com os jogadores", pontua.
Porém, para o campeão do US Open 2003 há forma do Super Circuito inviabilizar o atual circuito: “Se eles têm os torneios, criam o seu próprio ranking e os Grand Slams fazem parte deste novo investimento, não creio que vão competir em circuitos, o circuito ATP estaria acabado”.
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