A russa ex-número 1 do mundo, Dinara Safina, concedeu uma entrevista ao site norte-americano Tennis e falou sobre sua luta contra a balança e como os transtornos alimentares a forçaram a abandonar o tênis aos 28 anos.
Safina contou que encarou uma batalha de mais 10 anos contra transtornos alimentares: “O que me impediu de voltar foi que fisicamente eu lutava com o peso corporal. Eu estava lutando contra a ansiedade e um transtorno de compulsão alimentar periódica. Eu estava constantemente acima do peso e não conseguia perdê-lo, embora tivesse lutado tanto para isso", contou ela.
“Eu tentava dietas diferentes e nada funcionava e jogar com 30 quilos a mais não é fácil. Para mim, esse foi um dos principais motivos pelos quais nunca tentei voltar às quadras, e foram momentos difíceis para mim, porque eu não estava fisicamente como era, e as pessoas diziam que eu tinha engordado e o blá-blá- blá”, seguiu explicando.
Vice-campeã do Australian Open em 2009 e de Roland Garros em 2008 e 2009, Safina conta que sua luta conta a compulsão durou até a pandemia da Covid em 2020.
“Não é segredo, mas, ao mesmo tempo, não quero que seja uma história onde as pessoas leiam como se eu me sentisse tão mal e chorasse por isso”, esclareceu ela.
“Quero que as pessoas entendam que isso pode acontecer com qualquer pessoa. Cada um tem seus problemas, seus medos, e é normal, ao enfrentá-los, sentir que está sozinho neste mundo e ninguém mais entende. Muitas pessoas passaram pelas mesmas coisas. Sempre há luz no final e é importante lembrar que você não está sozinho”, destaca.
No momento, Safina descarta por completo o retorno às quadras, mas não trabalhar fora, até mesmo como treinadora: “Por enquanto, estou honestamente feliz e preferiria ajudar os outros. Quando penso em qual é a minha missão na vida, talvez em algum momento tenha sido o tênis, mas agora pode ser ajudar outras pessoas a alcançar esses resultados sem cometer os erros que cometi.”
Importante: Caso você se encontre na situação de saúde de Dinara Safina, em que a alimentação se tornou um problema, algo maçante ou sem sentido para você, busque ajuda especializada e peça seu médico um encaminhamento para equipe de nuticionistas.
Para usuários do SUS, existem programas regionais mantidos pelo Ministério da Saúde para tratar os pacientes. Procure o posto de saúde mais próximo a sua residência.