Em entrevista coletiva concedida em Roma, na Itália, nesta quarta-feira, Jannik Sinner contou as emoções pelo primeiro título de Grand Slam no Australian Open, no último domingo, e seus objetivos.
“Estou feliz em compartilhar essas emoções com vocês, mas por outro lado não é só este torneio. Há muitos torneios durante o ano, há muitas possibilidades de ir bem, mas também de ir mal. Então sim, feliz com esta situação, para mim mas também para a minha equipe. Você pode sentir o calor das pessoas, o que eu gosto. Mas, por outro lado, sou um cara simples e normal", disse o italiano quarto do mundo, primeiro de seu país a vencer um Grand Slam desde 1976.
Sobre os objetivos agora, Sinner coloca os pés no chão: "Ainda não conversamos sobre isso. Nosso objetivo era jogar melhor os Slams. No ano passado cheguei à semifinal em Wimbledon, mas há outraos três. O primeiro deste ano, não poderia ter sido melhor que este (risos). Mas como eu disse antes, a temporada não termina aqui. Trabalhamos muito na preparação, mas senti muita falta da competição. Quando cheguei a Melbourne comecei logo no Aberto da Austrália, fiquei feliz por estar lá e me senti bem. Agora, em todos os torneios que participo, vamos caçar e depois vemos o que conseguimos pegar. Haverá semanas boas, outras menos boas. Agora tenho mais confiança."
Sobre o diferencial para seu primeiro título de Slam, Sinner apontou: "O passo importante foi o mental, de como abordar determinados jogos, determinados momentos. Depois temos definitivamente que trabalhar na academia, posso sacar melhor, posso fazer tudo melhor.
Sinner disse também que não pretende se abalar com eventuais derrotas inesperadas: “Não é como se tudo estivesse indo bem, de qualquer forma não tenho medo de nada. Na minha cabeça sempre tem uma partida de tênis, se um dia um adversário jogar melhor que eu e me vencer, eu dou a mão para ele e começamos novamente como antes. Haverá momentos difíceis de administrar, mas não tenho medo."
Ele comentou sobre a mudança na equipe técnica onde havia demitido Ricardo Piatti e começado a trabalhar com Simone Vagnozzi e também com Daren Cahill: "Há situações em que as coisas vão bem, há situações em que vão mal, há situações em que há “mas”. Eu tinha esse “mas” na cabeça, fiz essa escolha que a princípio pode parecer loucura, me joguei no fogo, mas queria saber outro método de trabalho. Obviamente eu não tinha certeza se era a escolha certa, nem mesmo a errada, nunca se sabe. Talvez se eu tivesse ficado naquela situação, eu teria ficado mais forte agora. Atrás de mim obviamente há pessoas me ajudando. Tenho que ser bom em entendê-los, mas no final sou eu quem escolhe. Preciso entender o que estou procurando primeiro. Não é como se você fosse às compras e comprasse algo que nem sabe cozinhar. Foi uma escolha difícil, mas o que entendi é que minha equipe não precisa ser a melhor de todos os tempos, mas tem que ser gente que se entende, onde cada um tem seu papel específico e são todos boas pessoas. Isso é o que eu estava procurando."
Ele comentou mais sobre seus treinadores: "Simone e Darren têm a mente aberta, trabalham bem juntos. Nenhum deles é invasivo e isso faz a diferença. Simone é bom na parte técnica e tática, por ser um jogador sabe quais golpes funcionam e quais não . O melhor é que os dois são humildes, se ouvem, se colocam em risco para entender o que é melhor para mim. É preciso dizer também que Darren teve uma carreira incrível. Ele trouxe muitos para mim. número 1, tanto no masculino quanto no feminino. Ele sabe administrar a pressão. Então com ele trabalhamos mais esses aspectos, enquanto com o Simone mais a parte técnica."
Em relação ao agradecimento aos pais no discurso durante a cerimônia de premiação ele apontou: “Houve pontos positivos e negativos. O ruim é que agora tem muita gente fora da casa dos meus pais e está meio bagunçado. Desse lado eu fiz bagunça, do outro lado sempre tem pais que pressionam os filhos. Às vezes funciona, às vezes não. Fiz um discurso geral sobre deixar a liberdade. Em certa idade, porém, você não tem liberdade para fazer certas coisas, só conheço minha história, que me ensinou bons valores. Cada pai é diferente, então não quero me colocar em certas situações."
Ele quer deixar um legado para o tênis italiano com seu sucesso e sua conquista: "O passo de trazer o maior número possível de pessoas para jogar tênis é a coisa mais importante que estamos fazendo. É um esporte saudável, há competição, mas não há contato. Não vamos esquecer o Fognini que ganhou em Monte Carlo, depois chegou o Berrettini, agora estou aqui. Mas todos estamos contribuindo para o futuro do tênis italiano, esperando que muitos jovens cheguem”.
O tenista apontou as Olimpíadas como um dos objetivos do ano: "Já disse no final da temporada passada que as Olimpíadas serão um momento chave para mim, também para o meu crescimento. Será a primeira vez que jogarei, então estou feliz. Os melhores do mundo estarão aí, não vejo a hora de conhecê-los e tirar deles ideias positivas, o que pode me ajudar. Será um dos torneios mais importantes do ano, porque eles não acontecem todos os anos. Esperemos que a Itália consiga trazer para casa o máximo de medalhas possível."