Número um do mundo no ranking juvenil da ITF e 722 da ATP, o carioca de 17 anos João Fonseca concedeu entrevista ao jornal Marca, da Espanha. Ele falou sobre sua relação com os esportes, Guga, Carlos Alcaraz, treinamentos no ATP Finals deste ano e mais.
João disse que já vem de uma família bastante ligada aos exercícios físicos e ao esportes em geral: “Meu pai gosta de tudo um pouco, minha mãe jogava vôlei e meu irmão surfa. Até os 11 anos fiz de tudo um pouco, mas principalmente futebol e tênis. Tive uma lesão jogando futebol e disse a mim mesmo que era um esporte muito arriscado para mim. Comecei a vida como tenista e me apaixonei. Estou com o mesmo treinador desde os 12 anos.”
Nascido em 2006, há menos de dois anos do final da carreira de Gustavo Kuerten, o carioca obviamente não o viu jogar. Mas o tem como referência: “Meu ídolo sempre foi Roger (Federer). Conheci o Guga ano passado em Roland Garros porque ele veio ver minha primeira partida. Eu estava super nervoso. Não que tenhamos conversado muito. Este ano fui sparring da seleção brasileira da Copa Davis e já tive a oportunidade de conversar mais com ele. Guga sempre foi uma inspiração para todo o nosso país, um jogador incrível, além de ser uma grande pessoa”.
Outro nome que inspira o campeão do US Open juvenil desta temporada é o espanhol Carlos Alcaraz (2º). Ele conta uma breve passagem com o tenista europeu de 20 anos: “No ano passado fui para a academia de Juan Carlos Ferrero em Villena para me preparar para Roland Garros. Machuquei o pulso esquerdo e não pudemos treinar juntos (com Alcaraz), embora eu conhecesse ele e Ferrero. No Rio de Janeiro nós treinamos. Ele é um ídolo aos 20 anos, tem quase a minha idade e é uma inspiração para todos os jovens da nossa geração. Ele tem todas as armas, está sempre focado…”
Só que dentro de quadra, as comparações que envolvem João são com outro jovem nome do circuito: “Sinner porque gosto de jogar de forma agressiva. Meu backhand é mais consistente que meu forehand, embora esse golpe seja minha arma principal. Tenho um bom saque e pernas muito finas. É por isso que no Brasil me chamam de ‘Pequeno Sinner’.”
João esteve recentemente treinando com os classificados ao ATP Finals de 2023, próximo a Alcaraz, Sinner, Djokovic (1º) e outros tantos. “Foi uma grande oportunidade para mim e nos treinos só pensei em não falhar porque estava lá para ajudá-los. Prestei atenção em tudo, como eles se aquecem, como lidam com a pressão, a cara deles nos treinos, em relação aos jogos, a velocidade dos golpes…”
Quanto a 2024, o jovem carioca já tem bem definido o que vai fazer: “Meu período junior acabou. Só jogarei torneios profissionais. A partir de janeiro, jogarei challengers. A ATP possui um programa que dá oito Wild Cards aos melhores juniores. Me inscrevi para estudar na Universidade da Virgínia, mas não tenho certeza se irei. É algo que tenho que decidir antes de julho. Nos primeiros sete meses quero focar apenas no circuito, sem pensar na universidade. Quando chegar a hora eu decidirei com base na minha classificação, como está minha cabeça, o que minha família pensa…”
Ele ainda diz que Roland Garros, entre os quatro Grand Slams, pode favorecer seu jogo no futuro devido ao piso: “Acho que pelo meu jogo é aquele onde tenho mais chances de conseguir um bom resultado porque é no saibro.”