Wawrinka: 'Ainda tenho muito a oferecer pelo tênis'

Após a vitória em batalha de 4h35min, o suíço Stan Wawrinka, campeão de 2015, comentou sobre suas sensações e o que pode entregar ao esporte com 38 anos de idade.

O ex-top 3 e atual 89 do mundo derrotou em cinco sets o espanhol Albert Ramos: "Foi a partida mais difícil que já joguei contra ele, com certeza. Foi uma batalha muito dura hoje. Muito longa. Tive algumas chances no terceiro set para encontrar uma maneira de finalizá-lo. Não consegui . O Albert sempre foi uma pessoa muito difícil de enfrentar, principalmente quando está em bom ritmo e sente a bola. O mais importante era manter-me focado naquilo que queria fazer".

"A atmosfera que se vive hoje na quadra é uma das principais razões pelas quais continuo jogando tênis. Adoro jogar grandes torneios, como este, e ter ambientes tão especiais. Sempre será especial para mim jogar no quadra 14 de Roland Garros, tenho muito apoio e isso me dá muita emoção para vencer essas partidas. Um dos grandes motivos para continuar jogando é reviver as emoções que vivi hoje. Foi uma partida especial, com muito apoio e muitos torcedores . Eles me mantiveram à tona e me ajudaram a continuar lutando para vencer. Sempre tento fazer das partidas algo especial, tento gerar uma conexão com os torcedores. Quero continuar curtindo ao máximo possível. Se eu tiver que ficar mais cinco minutos em quadra, ficarei feliz em fazê-lo (risos). Sim, já ganhei aqui antes, mas isso foi há muitos anos. Eu era muito mais jovem e jogava um tênis diferente, mas sempre será especial voltar aqui e ter aquelas lembranças de 2015."

"Em primeiro lugar, sobre a bela carreira que tive, não me concentro no passado. Sempre me concentro no presente, não penso no que conquistei ou no que fiz em cada torneio.  Vou pensar em tudo isso no futuro. Quando eu parar de jogar. Enquanto eu jogar, o mais importante é ficar no presente, com objetivos para o futuro. Sei que não estou no nível que eu foi em 2015 e provavelmente não voltarei a ser. Não é um problema para mim. Procuro me divertir: tenho 38 anos e conquistei muito mais do que jamais imaginei, mas sei que ainda tenho muitos coisas a fazer neste esporte, ainda sou capaz de vencer grandes jogos e obter grandes resultados.

Para fazer isso, devo aceitar onde estou agora. Luto para continuar melhorando. Estou jogando em um nível muito alto. Mesmo que tenha vencido em cinco sets com uma queda no ritmo físico e mental no quarto set, ainda é uma bela partida. Ele é um jogador muito difícil de vencer, principalmente se você hesitar, desacelerar e tomar opções diferentes, então você dá a ele a bola que ele quer. Hoje estou feliz por estar aqui, por ter vencido minha primeira partida, e não penso no que conquistei. Eu sei onde estou agora e estou feliz com isso."

Sobre a batalha física ele comentou: "Fazia muito tempo que não jogava uma partida tão longa, não sabia como meu corpo iria reagir desde a última operação. Hoje mostrei a mim mesmo que apesar dos altos e baixos no quinto set, fui capaz de me sentir bem e dar tudo para ganhar o jogo. Então, fica claro que estou em outro período da minha carreira que me faz ver as coisas de forma diferente de seis anos atrás. Antes eu dizia que quando estava cansado ficava mais tranquilo: hoje tive a impressão que não tenho mais essa margem, que agora contenho meus golpes. Mentalmente duvidei muito com o que fiz e talvez tenha sido um pouco negativo. Estou tentando trabalhar nisso, em ser mais positivo, jogando um tênis mais simples e tentando vincular as vitórias".