A investigação do caso das vacinas falsas de Camila Giorgi seguem avançando e a médica Daniela Grillone Tecioiu deu depoimento contando detalhes de como era o processo.
A investigação vem sendo feita pelo Ministério Público de Vicenza que solicitou agora os documentos de prova para a médica que chegou a ser detida no começo do ano, mas depois liberada. Nos últimos meses ela concedeu cinco depoimentos e nunca negou ter fingido vacinar alguns de seus pacientes para obterem a certificação para entrarem em determinados países.
Há um mês a própria Grillone explicou a situação sem muita hesitação à emissora local TVA Vicenza: "Foram feitas vacinas falsas, mas apenas para minhas colegas enfermeiras, que tinham patologias, que estavam prestes a morrer se fizessem uma vacina... Eles estavam desesperadas porque todos os outros colegas se recusaram a dar-lhes uma isenção”. Mesmo com os investigadores, a médica tentou se justificar dessa forma, afirmando que agiu de boa fé para proteger os pacientes de risco dos supostos efeitos colaterais da vacina.
No entanto, as coisas parecem muito mais complexas do que relatadas por Grillone. A investigação de fato se desenvolveu após a descoberta de duas anomalias: a quantidade excessiva de vacinas exigidas pelo consultório médico e a presença de cerca de 200 clientes, entre os mil imunizados por Grillone, vindos de fora de Vicenza. Entre esses 200 nomes estão também os de Camila Giorgi, seu pai e treinador Sergio, sua mãe e dois irmãos, todos residentes na região de Marche. Nos interrogatórios, Grillone também teria se referido especificamente a alguns clientes vacinados apenas para fingir, mas mais será conhecido após o incidente probatório.
Para Camila as repercussões no ambiente de trabalho podem ser ainda mais graves uma vez que a nova temporada começará em breve. Atendendo ao princípio da presunção de inocência, convém recordar que em 2022 Giorgi participou em pelo menos cinco torneios para os quais era obrigatório estar vacinado: Australian Open, San Jose, Toronto, Cincinnati e US Open. A Federação Italiana de Tênis e Padel já teria obtido os documentos da investigação e, portanto, poderia em breve colocar sua máquina judicial em movimento. Da frente federal, no entanto, não houve reações até agora.