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Kyrgios diz que ranking não importa e aponta: 'Cansei de decepcionar'

Segunda, 05 de setembro 2022 às 00:07:45 AMT

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Nick Kyrgios comemorou sua vitória sobre o russo Daniil Medvedev, número 1 do mundo, na noite deste domingo que lhe deu vaga nas quartas de final do US Open. Ele marcou 7/6 (13/11) 3/6 6/3 6/2 após quase três horas.



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O tenista também comentou o ponto que deu ao russo quando pegou uma bola fora e invadindo a quadra de Medvedev. Ele não sabia da regra: "Ainda não posso acreditar no ponto que dei ao Daniil, achava que era legal, o vídeo agora vai para todos os lados e vou parecer um idiota, mas tudo bem. Daniil tinha muita pressão, mas venho jogando muito bem nos últimos meses. Tento trabalhar duro cada dia, cada sessão de treinamento. Estou muito contente de mostrar o trabalho, tenho 27 anos", disse o australiano ainda na entrevista em quadra.

Em entrevista coletiva ele descreveu que vem jogando muito por sua família uma vez que está meses longe de seu país: "Eu não esperei muito para comemorar. É apenas as oitavas de final. Mas é uma ótima experiência vencer o número 1 do mundo no Ashe Stadium", disse.

"Sinto que estou jogando por muito mais do que pra mim agora. Sinto muito apoio. Tenho muita motivação. Estive fora de casa. Meu time também. Quatro meses sem ver nossas famílias. Estou tentando fazer todo esse tempo valer a pena. Estou jogando para eles também."

"Tem muitas celebridades e pessoas importantes aqui assistindo. Eu só quero entrar naquela quadra e mostrar do que sou capaz".

"Eu estive em alguns lugares realmente assustadores, mentalmente. Estou orgulhoso da maneira como venci, dadas as expectativas e a pressão que as pessoas colocaram em mim. Estou super orgulhoso e aliviado."

"Tento não decepcionar as pessoas, anos atrás perdi aqui na terceira rodada e foi uma das piores sensações que já tive, tenho expectativas demais. Agora posso finalmente mostrar a eles, trabalhei muito duro e tenho muita motivação. Se um dia ele ganhar um Grand Slam, não sei quanta motivação ele teria depois."

“Toda vez que jogo aqui, vejo que não consigo toda a minha força, como se nunca tivesse me adaptado a Nova York. Sinto que me distraio facilmente, que ainda não me mostrei como estou em Flushing Meadows. Aqui sempre tem muita polêmica, tem isso e aquilo. Mas disciplina e trabalho duro também podem casar com tudo isso. Até esta semana, eu nunca havia vencido uma partida no Arthur Ashe, agora venci duas e contra adversários de qualidade. Eu finalmente consegui mostrá-lo, na frente de tantas celebridades e pessoas importantes assistindo. Eu queria entrar nesta quadra e mostrar a eles que também sei competir nessas grandes partidas. Para o mundo do tênis eu acho que também é importante, as pessoas começaram a duvidar da minha capacidade de jogar partidas como essa em Grand Slams. Sinceramente, estou muito orgulhoso de mim mesmo, não tem sido fácil lidar com tantas críticas.

O tenista comentou mais sobre seu renascimento. Ele fez final em Wimbledon: “A coisa de que mais me orgulho é a maneira como me recuperei, honestamente. Eu tive algumas situações muito difíceis no passado, algumas delas foram aterrorizantes. Se você olhar no papel, provavelmente não esperava ganhar esta noite, mas precisava dar um show às pessoas. Para mim foi uma grande vitória, mas saio da quadra e estou aliviado por ter acabado. Quando cheguei ao vestiário senti muito orgulho da situação, realmente houve um momento em que achei que não conseguiria produzir nada disso. Agora estou mais aliviado.”

“Acho que melhorei alguns dos meus pontos fracos, pensei muito no que tinha que melhorar no início do ano e trabalhei muito para isso. Hoje sou melhor do que aquele jogador que era o 13º do mundo. Lutei muito mentalmente nos primeiros 6-7 anos da minha carreira, apesar de obter ótimos resultados, me esforcei tanto que desmaiei. Eu só não sabia como lidar com tudo isso, me atingiu muito forte, não era saudável. Hoje olho para trás e foi um aprendizado que me ajudou a amadurecer. Agora quando jogo mal eu aceito, quando jogo bem também aceito, continuo o mesmo. Antes, sofria muitos altos e baixos, estava exausto. Agora reconheço o processo que leva para chegar à final de um Grand Slam, embora ainda não para vencê-lo, apenas para chegar à final.

O tenista comentou que o ranking não importa. E a vitória sobre o líder mostrou isso: “O sistema de classificação não recompensa habilidade e forma, honestamente, apenas o faz durante um período de tempo. Recompensa a consistência mais do que qualquer outra coisa, no meu caso eu joguei apenas 12 torneios nesta temporada, alguns dos meus rivais jogaram 32. Então é quase impossível para mim ser classificado mais alto a menos que eu sempre vá longe na chave. O ranking não é algo que me importe, essa é a mensagem que espero ter enviado esta noite. As pessoas viram o número 1 enfrentar o número 25, isso é tudo. Não me importo se sou cabeça de chave ou não, a classificação não significa nada."

“Quando eu estava lutando mentalmente naqueles anos, eu era muito egoísta, sempre me sentia mal, não queria jogar. Aí eu comecei a olhar as pessoas ao meu redor, as que estavam perto de mim, eu vi o quanto eu estava decepcionando, então eu parei de querer isso. Comecei a olhar mais para a minha carreira, vi que ainda tinha muito para dar ao esporte, então comecei a treinar forte. Eu decidi melhorar minha forma física primeiro e ver como as coisas iam. Este ano comecei a ganhar muito, a motivação disparou, por isso é mais fácil treinar, acordar todas as manhãs quando as coisas vão bem. Eu estava cansado de decepcionar as pessoas, agora eu os deixo orgulhosos de mim. Já não falam tantas coisas negativas, queria inverter a narrativa, só isso. Eu ficava tão deprimido o tempo todo que sentia pena de mim mesmo, precisava mudar isso.”

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