Carlos Moya concedeu entrevista ao Eurosport e comentou sobre a vontade que seu pupilo Rafael Nadal tem pela busca do título de Wimbledon, torneio que começa na segunda-feira, dia 27.
Nadal precisou fazer um tratamento de choques de radiofrequência no pé para poder disputar o evento.
"Nossa semana de preparação em casa em Mallorca foi muito positiva, embora também deva ser dito que não é a mesma grama que você encontra mais tarde em Londres. É por isso que Rafa precisa de um pouco mais de tempo para se adaptar agora em Wimbledon. É uma prioridade agora que ele passe tempo na quadra e aumente seu ritmo de competição.
Obviamente, também devemos levar em consideração o sorteio, que esperamos nos ajude. Especialmente nas primeiras partidas, Wimbledon é muito perigoso. Você tem que evitar os grandes sacadores nas primeiras rodadas, esse tipo de jogo que você tem que evitar desde o início. Nossos dois jogos de exibição em Hurlingham são muito importantes.
Wimbledon é um torneio de fetiche para Rafa. Ele ganhou o título duas vezes (2008 e 2010) e fez cinco finais seguidas (2006, 2007, 2008, 2010 e 2011). Ele sabe encaixar perfeitamente seu jogo com o que a grama exige, prova disso é que ele foi semifinal nas duas últimas edições que esteve por lá. Ele é capaz de jogar em alto nível em Wimbledon, para mim ele aspira ao máximo neste torneio."
"Rafa chegou em condições que nunca havia experimentado diante de Roland Garros, exceto pela pandemia. Sem títulos no saibro e com o pé como estava depois de perder em Madri e depois em Roma com Shapovalov. Por isso é tremendamente especial o que Rafa fez neste Roland Garros 2022. A situação que enfrentamos era limite, mas sempre tive claro que não estávamos enfrentando a última presença de Rafa em Paris. Não descarto nada porque ele já tem 36 anos, mas sempre sabe escapar das adversidades .
Houve momentos muito difíceis como depois do jogo de Moutet, depois do qual eu mal conseguia andar. Estávamos muito preocupados com o pé dele, ele mal conseguiu treinar 20 minutos no dia seguinte. O que ele não tinha dúvidas era o seu nível de tênis. Na final ficamos pensando muito no estado daquele pé, já que vinha de partidas difíceis anteriores. Mas sabíamos que Rafa não falha nesses duelos e que Casper Ruud ia ficar nervoso, jogando contra seu ídolo em sua primeira final de Grand Slam. A experiência foi decisiva, Rafa é letal quando o alvo está próximo.
É uma loucura ganhar 14 Roland Garros, ainda mais do que ganhar 22 Grand Slams. É que ele só perdeu três jogos em toda a sua carreira em Paris. Djokovic é um claro candidato a superar os 22 títulos de Slam de Rafa, porém, é quase impossível alguém superar uma marca como os 14 de Roland Garros no futuro.