O médico pessoal de Rafael Nadal, o ortopedista Miguel Angel Cotorro, concedeu uma entrevista à rádio espanhola COPE e falou sobre o tratamento utilizado para que Rafa pudesse competir em Roland Garros, bem como falou um pouco sobre a lesão do paciente.
"Rafa está seguindo o processo e evoluindo bem. Vamos ver nas próximas horas ou em dois, três dias, veremos o resultados. Em quatro dias ele vai pra quadra e aí veremos como está evoluindo o tratamento. Ativamos os nervos da região e veremos a possibilidade de que seja o mais suportável possível. Se ficar com alguma dor depois do tratamento, veremos se poderá competir ou não em Wimbledon”, declarou o médio à COPE.
“O que Nadal fez é um milagre. Não apenas porque seu pé estava dormente, mas também por aceitar a situação e isolar-se das sensações. Este tipo de coisa, apenas Rafa é capaz de fazer", ressaltou o médico.
De acordo com Dr. Cotorro, a lesão de Rafael Nadal é rara e há pouca literatura científica sobre: “É uma lesão muito rara pra um atleta e há poucos casos na bibliografia mundial e não há nenhum caso no mesmo nível de Rafa", ressaltou.
"Nós a descobrimos em 2004-2005 e estamos cumprindo etapas. É uma lesão que se degenera com o tempo e buscamos recursos a cada situação. A coisa cada vez se complica mais e com a pandemia porque este tipo de lesões não irão bem com o tempo de repouso, e vai se adaptando pouco a pouco as cargas (de peso). Quando voltou da pandemia, há uma mudança brusca. Agora, depois da lesão da costela, aconteceu a mesma coisas: cinco semanas sem apoiar o pé, depois começou a treinar mais rápido e aí chegamos em Paris", explicou.
Cotorro ainda apontou: “Na medicina você tem que ser muito discreto. Temos uma função que é ajudar e devemos ter respeito pelo paciente. A lesão do Rafa está escrita nos livros, mas a situação atual, como está a articulação, como estão as outras articulações, é uma questão de conhecê-lo e conhecer todo o processo”.
O médico particular de Nadal ainda foi questionado sobre a escolha de tratamento e pontuou: "Quando os tratamentos são usados é porque você confia neles. É um caso único. Estamos falando de alguém que tem que tentar jogar Wimbledon e vamos ser otimistas. Rafa tem jogado com dor todos esses anos. Quando as pessoas falavam do joelho ou dos problemas que tinha, todos vinham daqui. A base de todo o problema foi o pé e tudo foi perdurando, superando as situações. E se dermos um pouquinho para o Rafa, com esse pouquinho ele administra bem", finalizou.