O chilique apresentado pelo russo Andrey Rublev, 7º da ATP, em sua estreia na chave de Roland Garros, em que quase acertou um funcionário do torneio com uma bolada (veja vídeo) foi digno de expulsão, assim opinam os ex-tops 10 Alex Corretja e Tim Henman.
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Os dois ex-tenistas são comentaristas dos canais Eurosport e após a rodada em Paris, discutiam ao lado da ex-tenista Barbara Schett as principais partidas e histórias do dia, quando a polêmica envolvendo Rublev entrou em pauta.
"Andrey Rublev merecia ser expulso do torneio? Nós vimos várias cenas semelhantes a essa este ano, na Austrália, (Alexander) Zverev em Acapulco, (Nick) Kyrgios nos Estados Unidos. Os árbitros precisam ser mais rígidos? Talvez a ATP?", questionou Schett.
"Eu me lembro que fui desclassificado em Wimbledon 1999 por ter atirado a bola em frustração e ela acertou o boleirinho. Não machucou, mas atingiu, então eu fui expulso era um jogo de duplas", recordou o britânico ex-top 5 Tim Henman.
Henman concordou que o caso de Rublev era para expulsão, pois a bola resvalou no funcionário da manutenção da quadra. Ainda assim, ao menos o tenista deveria ter sido advertido pelo árbitro Arnaud Gabas, que puniu o tenista apenas com uma advertência após ele estourar uma garrafa no chão.
“Os jogadores precisam ser responsabilizados por suas ações em quadra. Os árbitros precisam ser mais rigorosos, tanto com as punições em quadra quanto com essas que encaminham para uma expulsão do torneio ou mesmo banimento. Não dá para ficar como está”, completou Henman, sem falar diretamente de Gabas que em 2017 quase perdeu a visão, após ser atingido por uma bola batida em frustração pelo canadense Denis Shapovalov.
Corretja acha que o mundo está mais estressado: “Todo mundo precisa controlar suas emoções, não apenas os jogadores de tênis. Eu não sei se é a pandemia, mas basta sair nas ruas, se você não sai quando o semáforo de trânsito fica verde pra você, as pessoas já começam a buzinar, gritar. As pessoas, num geral estão muito raivosas, então é preciso controlar isso", alertou.
“Sobre jogadores, é claro que eles precisam controlar seus nervosos, não há razão para ficar se batendo bolas em frustração à esmo na quadra. Primeiro porque isso pode ser custoso (multa), mas principalmente porque você pode acertar alguém, um boleirinho, um juiz de linha, e não apenas acertar como causar algum dano real a pessoa. É preciso ser mais rigorosos com os jogadores, não sei se mais multa, banimento ou desqualificações, não dá para estar assim”, pontuou Corretja sobre a situação em geral.
O espanhol, ex-top 2 e duas vezes vice-campeão em Roland Garros (1998 e 2001), concordou com Barbara Schett a respeito de um expulsão (durante o jogo) ou punição mais severa ao russo, mesmo agora após o jogo.