Por Gustavo Loio - Ainda que não seja mais disputada em cinco sets, como num passado bem recente, o que proporcionava inesquecíveis batalhas, a Copa Davis tem um charme muito peculiar.
Ou melhor, uma atmosfera que, em geral, não se vê no circuito. Que o diga o bom público que foi nesta sexta-feira ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca empurrar os comandados por Jaime Oncins no duelo com a poderosa Alemanha.
Número 216 do mundo, Thiago Wild disse, após a previsível derrota para Alexander Zverev, que não se sentiu confortável em quadra. Totalmente compreensível, vide a enorme diferença de ranking e a maior experiência do adversário (3º do planeta), campeão olímpico e finalista de Grand Slam.
O revés na primeira partida colocou bastante pressão sobre os ombros de Thiago Monteiro. Afinal, nova derrota deixaria os anfitriões a um passo da eliminação.
Mas o número 1 do Brasil e 114º do mundo foi um gigante em quadra. Jan Lennard-Struff, número 60 do planeta, deixou tudo em quadra, venceu o segundo set por 6/1, mas o tenista cearense em momento algum deixou de acreditar na vitória.
E, empurrado pela torcida, que não parou de incentivá-lo, Monteiro fez bonito e manteve o sonho brasileiro na Davis. A sinergia entre o número 1 do Brasil e a torcida foi sensacional, emocionante.
Domingo, os jogos recomeçam com o duelo nas duplas entre Bruno Soares/Felipe Meligeni contra Tim Puetz e Kevin Krawietz. Novo triunfo levaria uma carga absurda de emoção para uma esperada partida entre Monteiro e Zverev e, quem sabe, teremos o quinto e decisivo embate entre Wild e Struff.
Os confrontos da Davis são repletos de emoções, inclusive aqui no Rio. Não me saem da memória duelos como os contra a Eslováquia e Marrocos, no início dos anos 2000, com Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e companhia.
É claro que hoje vivemos outra realidade nas simples (nas duplas, o Brasil vive sua melhor geração). Mas o sonho de superar a favorita Alemanha segue vivo.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.
Como a enorme maioria ao redor do mundo fez.