A academia do Laureus World Sports Awards 2021, o Oscar do esporte, anunciou seus vencedores em uma cerimônia de premiação digital, em Sevilha. O tênis dominou os principais prêmios com Rafael Nadal, Naomi Osaka e Billie Jean King.
A premiação foi para premiar os desempenhos esportivos de 2020, que em todas as modalidades foram fortemente prejudicados pela pandemia da COVID-19.
Neste ano também, a premiação ganhou uma nova categoria, a "Atleta Advogado do Ano", em tradução literal que é dedicada a reconhecer a atuação social e o reconhecimento do impacto que uma personalidade do esporte tem sobre a sociedade. Este prêmio foi dado ao heptacampeão mundial de Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton, por seu envolvimento na luta contra o racismo. Já o atacante egípcio Mo Salah, do Liverpool, foi homenageado com o prêmio Laureus de Inspiração Esportiva em distinção de sua contribuição singular ao longo de muitos anos para os necessitados e menos afortunados.
O tênis levou os dois principais prêmios individuais, com o espanhol Rafael Nadal conquistando o Atleta Masculino do Ano, após seu 13º título do Aberto da França – quando igualou a marca de 20 Grand Slams de Roger Federer.
Nadal, que ganhou o Revelação do Ano de 2006, o Atleta Masculino do Ano de 2011 e o Melhor Retorno do Ano de 2014, disse: “Quero agradecer, do fundo do meu coração, à Laureus Academy. Quanto aos demais esportistas que concorreram comigo, simplesmente incríveis: eles provavelmente merecem o troféu da mesma forma que eu, mas este ano foi a minha vez e não posso estar mais feliz.
“Vencer o Aberto da França e chegar ao meu 20o título de Grand Slam, empatando com Roger Federer, foi um momento inesquecível. Significa muito alcançar meu grande rival, que também é meu grande amigo. É realmente especial, principalmente depois de toda a história que tivemos juntos dentro e fora das quadras”, discursou e seguiu: “A pandemia que estamos enfrentamos é algo sem precedentes, e quero enviar uma mensagem de apoio a todas as famílias que sofreram ou perderam alguém.”
Já a japonesa Naomi Osaka, que venceu o US Open pela segunda vez, levou o mesmo prêmio na categoria feminina "Atleta Feminina do Ano". Durante a premiação, foi destacada a atuação da japonesa em apoio à campanha ‘Black Lives Matter’ (Vidas Negras Importam). A tenista se recusou a entrar em quadra durante a disputa do WTA 1000 de Cincinnati, levando a organização a apoiar sua decisão e suspender o dia de competições tanto no feminino como no masculino. Já durante o US Open, a tenista usou máscaras faciais com os nomes de afro-americanos mortos nos últimos anos. Por fim, um trecho do discurso de campeã do US Open, citando o movimento e defendendo a causa foi mostrado.
“Já vi várias jogadoras que admiro ganharem este prêmio, então significa muito alcançá-lo hoje. Estou muito feliz em recebê-lo; isso realmente significa muito para mim", disse a tenista que foi a 'Revelação do Ano' em 2019.
“Quanto ao meu ativismo na quadra, acho importante usar minha voz. Eu sinto que muitas vezes sou reservada demais e acabo me preocupando com o que as pessoas pensam de mim... Mas se você tem uma plataforma, é muito importante usá-la. Quero chegar lá na frente, no futuro, com a certeza de ter ajudado ou sensibilizado o maior número de pessoas possível e, espero, como uma pessoa melhor”, pontuou.
O snowboarder canadense Max Parrot foi um dos vencedores mais comoventes da noite. Ele recebeu o Retorno do Ano depois de lutar contra o câncer para conquistar medalhas de ouro nos X-Games.
Patrick Mahomes, de apenas 24 anos, levou o prêmio de Revelação do Ano, por conduzir o Kansas City Chiefs, em 2020, à sua primeira aparição e conquista do Super Bowl em 50 anos. Fora dos campos, o quarterbacker apoia 15 projetos comunitários voltados a crianças com sua fundação ‘15 and the Mahomies’ e também estava à frente do grupo de atletas da NFL que fez uma petição à liga para examinar seu comportamento e atitudes em relação ao racismo e protesto político.
O jogador de futebol americano tinha a polonesa Iga Swiatek, campeã de Roland Garros, e o austríaco Dominic Thiem, campeão do US Open, como alguns dos concorrentes na categoria.
A lenda do tênis, Billie Jean King, foi homenageada com o prêmio de "Conjunto da Obra" por toda sua carreira, conquistou 39 títulos de Grand Slam, e que sempre defendeu a igualdade de gênero – tendo sido, inclusive, uma das primeiras atletas a lutar pela igualdade e justiça social. A ex-jogadora também foi a fundadora da da Associação das Tenistas Profissionais WTA) e da Fundação das Atletas Femininas (WSF).
Os vencedores do Laureus World Sports Awards são selecionados pela quinta-essência do júri desportivo: os membros da Laureus World Sports Academy, lendas vivas do esporte, homenageando os maiores atletas da atualidade.
A Laureus foi fundada por seus patronos Richemont e Daimler e tem o apoio de seus parceiros globais Mercedes-Benz, IWC Schaffhausen e MUFG.
Esta é a lista completa dos vencedores:
Laureus World Sportsman of the Year Award: Rafael Nadal
Laureus World Sportswoman of the Year Award: Naomi Osaka
Laureus World Team of the Year Award: Bayern de Munique
Laureus World Breakthrough of the Year Award: Patrick Mahomes
Laureus World Comeback of the Year Award: Max Parrot
Laureus Sport for Good Award: KICKFORMORE by KICKFAIR
Laureus Lifetime Achievement Award: Billie Jean King
Laureus Athlete Advocate of the Year Award: Lewis Hamilton
Laureus Sporting Inspiration Award: Mohamed Salah
Laureus Sporting Moment of the Year Award: Chris Nikic