Por Carlos Omaki - É hora de darmos a devida atenção ao tênis feminino brasileiro, que vem em ascenção já há algum tempo e dando alegrias!
Crédito: Peter Staples / Miami Open
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Antes de falar em resultados, que têm sido ótimos, gostaria de chamar a atenção aos internautas do Tênis News, principalmente aos que não estão muito familiarizados com o tênis feminino, que as meninas Beatriz Haddad Maia, Luísa Stefani, Carolina Meligeni, Laura Pigossi, Ingrid Martins entre algumas outras, além de atletas muito sérias e exemplares na forma que treinam e jogam, já estão fazendo um grande bem para o tênis de uma forma mais ampla do que apenas conquistar bons resultados individuais.
Elas são meninas que acompanham e incentivam a evolução das mais jovens, dão força e quando podem se envolvem em programas de desenvolvimento do tênis. Em nossa equipe, que é de formação principalmente, é muito comum recebermos mensagens de incentivo e elogio ao desempenho, resultados e até postura de meninas mais novas, provenientes desse grupo. Um grande exemplo a ser seguido. Comunicativas e carismáticas, elas podem realmente marcar um grande incentivo às atletas e aos pais que tenham filhas trilhando o caminho do tênis competitivo.
Como treinador que esteve muito próximo da formação dessas atletas, além de torcedor assíduo do tênis feminino a resposta é simples.
Vejo o momento do tênis brasileiro com os olhos brilhando e com a expectativa de resultados muito maiores do que um título de Grand Slam da Luísa Stefani nas duplas e a volta à luta pelo melhor ranking de simples da Bia (já foi top 60).
Vejo um tênis e por que não um esporte feminino muito mais unido e mais feliz em seu desenvolvimento com a chance de surgir uma, ou melhor, uma grande quantidade de referências e excelentes exemplos para as meninas mais novas.
Meninas que vão abrir espaço para a mídia e, se Deus quiser, patrocinadores inteligentes que amam o esporte.
Tivemos a conquista do vice-campeonato no WTA 1000 em Miami pela Luísa Stefani no final de semana e agora seu melhor ranking com o 26º lugar, melhor de uma brasileira na WTA.
Crédito: La Legion Sudamericana / AAT
Luisa é uma atleta muito trabalhadora séria, que está em uma curva evolutiva acentuada e uma de suas metas é ganhar um Grand Slam, além de poder disputar as Olimpíadas (precisa estar no top 10 para alcançar a meta).
Uma tarefa que qualquer um que jogue TÊNIS sabe que é para poucos e que depende de muitos aspectos para se realizar. Mas sim, ela tem plenas condições de ganhar um Grand Slam de duplas e passou muito perto do título em Miami que é conhecido como o 5° Grand Slam.
Bia vem demonstrando todo o amor pelo tênis e o desejo de vencer. Após sofrer algumas cirurgias ela está jogando torneios menores para recuperar seu ranking e voltar para os grandes, onde é o seu verdadeiro lugar.
Se tudo correr bem, ainda com essa sequência de torneios ela pode e deve subir bem no ranking e voltar a entrar na chave principal de torneios maiores, o que permitirá que ela termine o ano bem novamente.
É importante salientar que na atual situação da América do Sul é preciso ter muita determinação e coragem para viajar e investir nos torneios que podem ser cancelados a qualquer momento em função das questões de saúde de cada país. Vamos torcer para que ela termine sim o ano muito bem e possa ter um 2022 para o tênis feminino do Brasil não se esquecer jamais.
Crédito: Blooming Cup /Omar Erre
Carol Meligeni vem de um vice-campeonato em Buenos Aires e está perto do melhor ranking. Pelo DNA e pela cultura esportiva da família Meligeni, primeiramente, acredito que a Carol tem grandes chances de ter uma carreira longeva e seguir evoluindo a cada dia.
Trata-se de uma atleta muito focada e trabalhadora, nota-se um enorme amadurecimento técnico, físico e mental, fatores que a levaram a colher bons resultado e a levarão ainda a obter ainda mais frutos. Ela ainda vai surpreender muita gente e escrever o nome dela na história do tênis brasileiro.
Outra que vem em ascensão é Laura Pigossi, campeã de um US$ 25 mil na Índia recentemente.
Gosto muito da Laura e acho incrível o nível de profissionalismo e dedicação dela, que foi atleta do Paulistano, e teve uma carreira totalmente ascendente melhorando seus resultados à medida que subia de categoria desde o infantil até o profissional.
Creio que principalmente nas duplas ela mereça alcançar o top 100 e aí a determinação dela é que vai dizer até onde ela poderá chegar.
Crédito: Divulgação
O fato dela treinar na Espanha é uma vantagem pela proximidade para os torneios europeus onde o nível é muito alto e com isso a chance de evoluir é bem maior. Para as meninas trabalharem longe de paradigmas de fracasso com tranquilidade e em um ambiente vencedor pode ser um fator preponderante. Gosto de acreditar na ideia de que ela saiu do Brasil formada e pronta para o nível e o ambiente competitivo da Europa.
Para completar ainda temos Ingrid Martins que vem conquistando bons resultados sobretudo no piso duro e assim como Luisa Stefani trilhou o caminho do circuito universitário americano, ótima opção a ser seguida para meninas, tema que podemos trazer em uma próxima coluna.
Vida longa às nossas meninas e um 2021 repleto de conquistas e evolução!
Sobre Carlos Omaki
Carlos Omaki é treinador de tênis há 38 anos. Uma das referências do tênis nacional, dono de duas premiações como Melhor Técnico das categorias de base do Tênis brasileiro, é proprietário da COT (Carlos Omaki Treinamento) tendo equipes na Academia Paulistana de Tênis, Club Athletico Paulistano e Tênis Club Paulista e com seu staff de treinadores cuida de cerca de 500 atletas na cidade de São Paulo.
Como treinador, participou não só dos começos de carreira não só de Luisa Stefani, mas também de Bia Haddad Maia, ex-top 60 mundial, e muitos outros.