Em tradicional entrevista dada pelo presidente da Federação Francesa de Tênis na última quinta de Roland Garros, Bernard Giudicelli surpreendeu os jornalistas ao criticar a posição do presidente francês Emmanuel Macron a respeito da COVID-19.
Giudicelli, que é apontado pela imprensa francesa como o "presidente da FFT mais isolado" tanto em razão do seu trato com jogadores como com pares e autoridades locais, confirmou a posição da imprensa local durante a entrevista coletiva digital desta quinta-feira.
Ao ser perguntado sobre a dificuldade do enfrentamento da COVID-19, que obrigou o torneio a se realocar no calendário para setembro, criar uma grande bolha sanitária para os jogadores e receber público de apenas mil pessoas ao dia, Giudicelli surpreendeu:
"Eu entendo a dificuldade que foi para os jogadores, para a equipe (do torneio), para todos envolvidos aceitarem ser testados, aceitarem o distanciamento social. De qualquer forma, nós tivemos de encarar o nosso Presidente da República [Francesa, Emmanuel Macron] que disse que isso era uma guerra. Eu não acredito que seja uma guerra. Estas são circunstâncias excepcionais", iniciou sua fala.
"Quando eu era criança, eu costumava ouvir meus avós falando de guerra. O problema que eles enfrentaram era questão de vida ou morte. Agora apenas estamos enfrentando um vírus", declarou ele de 62 anos.
Vale ressaltar que a França tem até o dia de hoje 653.509 casos confirmados de COVID-19, o que representa pouco mais de 13% dos mais de 5 milhões de infectados em todo o mundo. Desde o início da pandemia, a França acumula a perda de 32.445 de seus cidadãos em razão da doença, que já vitimou em todo o mundo 1.056.493.