Ex-treinador de Rafael Nadal e tio do número dois do mundo, se mostrou contra a ideia de Roger Federer que não deseja jogar sem público. Para o espanhol o tênis precisa girar sua econômia. O US Open está com essa proposta para o fim de agosto.
"Seguimos sem pensar muito em tênis nesse momento. Comrpeeendo perfeitamente a postura de Roger não querer jogar sem público, mas também precisamos entender que poder disputar o torneio poderia ser importante pararevitalizar e econômia. Creio que deveria tentar jogar em setembro, talvez possamos ter alguns torcedores nos estádios já. Todos os jogadores levam muito tempo sem tênis e têm vontade de retomar".
Para Toni, a parada prejudicou mais Nadal, Federer e Novak Djokovic pois estão ficando mais velhos e com menos tempo para vencer os Slams.
Toni lembrou de alguns detalhes sobre quanto trabalhava com seu sobrinho. Em 2005 após vencer Mariano Puerta e conquistar seu primeiro título de Roland Garros, Toni deixou uma carta no quarto de hotel do tenista: "Deixei umacarta falando coisas que tinha feito mal durante o torneio e fiz uma lista de todos os espanhos que tinham ganho um Grand Slam perguntando se queria ser melhor que eles ou estava conformado já. Sabia que o que Rafa queria no tênis assim que a única maneira de prepará-o seria endurecendo".
"Fiz a vida dele muito difícil às vezes. Organizaca treinamentos mais longos do que o habitual, o obrigava a treinar com bolas ruins em quadras muito adversas. A verdade é que ele foi o melhor aluno que poderia imaginar. Sua pré-disposição em aprender foi brutal e sempre entendeu a dureza e a exigência como um meio para obter um fim. Com o tempo, fez syas altas demandas que eu propunha quando era pequeno. Um jogador deve fazer as coisas porque está convencido delas não porque se obriga".
Toni afirmou também que sempre quando estava duvidando, buscava dar motivação ao sobrinho: "Sempre quando as coisas iam bem pedia mais.Vivemos em um mundo onde as pessoas só querem se divertir, incluindo quando estão treinando, mas a vida não é só diversão. A maioria se frutra quando as coisas não vão bem e não estão dispostas a mudar seus hábitos. O que necessita ser elogiado não vai melhorar nunca".
"Ele tem um ótimo caráter, sempre trabalhamos nisso porque o mau comportamento leva a problemas, tanto na quadra quanto na vida. Ele nunca teria tolerado jogar uma raquete, mas também não descreveria Rafael como uma pessoa humilde. Ele sabe que é um grande tenista, mas o que ele sabe melhor é que não deve se sentir especial por causa disso. Ele sempre foi esperto o suficiente para ser aconselhado por outros, foi isso que fez a fama e o dinheiro não subiu à cabeça ", argumentou.
Toni disse que Rafa nunca pagou um euro sequer pelo trabalho. Os ganhos de Toni vieram de outra forma.
"Ele nunca me pagou um único euro, nunca cobrei. Foi isso que me permitiu ter total independência. Se tivesse que depender de seu salário, teria aceitado coisas que não estava disposto a aceitar. Ao não permitir que ele me pagasse, comprei minha liberdade de expressão e independência. O pai de Rafael e eu herdamos um negócio de família e concordamos que ele cuidaria dele e eu do tênis. Poderia ter sido menos duro para Rafael e, é claro, ele faria muitas coisas diferentes do que eu, mas trabalhei de acordo com meus princípios e meu sobrinho não fez nada de errado ".
Sobre a disputa para ver quem vencerá o maior número de Grand Slams, Toni disse: "Tudo é tão apertado que os três estão altamente motivados para entrar na história como aquele com mais títulos. O que aconteceu em Wimbledon 2019 mudou tudo. Uma vitória de Federer abriria uma grande lacuna, mas agora tudo é possível. Roger, Rafa e Novak continuam dominando, porque são capazes de vencer os melhores jogos, mesmo tendo um dia ruim, algo que os jovens ainda não conseguem. Vejo uma clara falta de vontade de sacrificar em todos eles, embora eu excluísse Daniil Medvedev dessa crítica e Dominic Thiem".