Boris Becker, tricampeão de Wimbledon, mais jovem a vencer o Grand Slam na grama, fez uma reflexão do tênis diante da pandemia e comentou sobre seu ex-pupilo Novak Djokovic. Ele nã descartou voltar a trabalhar como treinador no circuito.
Ao ser perguntado se voltaria a ser treinador ele não descartou: "Não descarto, mas agora mesmo não poderia porque sou responsável da equipe alemã da Copa Davis. Mas nada é eterno. Se há jogadores que me interessam que me permitem treinar e querem ser abertos comigo, então é definitivamente algo a se considerar. O problema de treinar é que te tira muito tempo. Quando colaborei com o Djokovic, passava 25 a 30 semanas com ele. Isso inclui pré-temporada, e torneios menores. Tenho família e projetos profissionais para me preocupar agora mesmo, mas não descarto a opção de treinar porque o tênis é meu grande amor".
Ele comentou como foi sua época com Nole: "Quando seu empresário me ligou, ele tinha acabado de sair do número 1, era 'só' o número 2 do mundo. Comentava muitos dos seus jogos, finais de Wimbledon, US Open, e levou minhas críticas a sério. Falei com o Edoardi Artaldi, que havia tratado comigo antes, e me perguntou se queria treinar o Nole. Fui vê-lo em Montecarlo e durante 48h só falamos de tênis. Disse que seria sempre muito honesto se as coisas não funcionassem: 'A razão pela qual não pode ser melhor é porque se acomodou sendo número 1 e não melhorou. Tanto Nadal quando Federer o fizeram. Não gosto do seu posicionamento em quadra e seu saque'".
"Foi uma conversa muito longa. Ele era um grande campeão e tinha ganho muitos Grand Slam. O que acontece é que não estava satisfeito consigo mesmo e queria mais. E isso me pareceu uma senha de identidade. É que às vezes vejo jogadores que chhegam uma vez na vida nas semis de um torneio e estão celebrando meio ano. Djokovic é o contrário e diria que Nadal e Federer também. Novak se move pela história e por alcançar todos os recordes".
Djokovic tem 17 Majors na carreira contra 20 de Roger Federer e 282 semanas no topo contra 310 do suíço.
Sobre o relacionamento entre eles atual, Becker comentou: "Novak sempre foi meu amigo. Nossa colaboração terminou no fim de 2016 porque queria um descanso. Tina problemas no cotovelo e operou na primavera de 2017. Foram três anos juntos muito intensos e exitosos . Nossa separação foi amistosa, isso posso dizer. Se alguma vez tiver alguma dúvida de um jogador de Grand Slam, pode recorrrer a mim".