Nesta quarta-feira foram realizados em Paris, na França, os primeiros treinos para tenistas do país em mais de dois meses. Nicolas Mahut falou das dificuldades enfrentadas pelos tenistas na quarentena e como vê a continuação da temporada.
Diante de poucos jornalistas, contando com a presença do diretor técnico da Federação Francesa de Tênis (FFT) PIerre Cherret e do médico da federação, Bernard Montalvan, como reporta o site especializado Tennis Actu, o bicempeão de Grand Slam, Nicolas Mahut realizou seu primeiro treino contra o jovem compatriota Gregoire Barrere, ambos acompanhados de seus treinadores.
Em quadra, respeitando todas as orientações sanitárias, apenas os dois tenistas, que mantiveram o distanciamento social e retiraram a máscara de proteção apenas para jogar. Após o treino, os tenistas conversaram com a imprensa e Mahut contou das sensações de voltar à quadra.
"Foi bom jogar tênis novamente. Todos, jogadores e treinadores, sentimos falta. Foi bom ver todo mundo um pouco. Cada um de nós ligava para os treinadores, mas não havia nos visto de novo. É bom nos ver novamente em uma quadra de tênis, mesmo que, no momento, seja apenas para esticar as pernas, recuperar o contato com a raquete e a bola", disse o tenista que ressaltou que a preocupação de todos é com lesões, que podem surgir caso o treinamento seja um pouco a mais, já que todos estiveram inativos por muito tempo.
"Vá com calma, divirta-se e veremos mais tarde o que fazer", aconselhou o experiente francês. Para Mahut o que mais sentiu em quadra foram os pés: "O que é muito difícil são os pés. A sensação com a raquete, você perde muito pouco, especialmente o saque, e depois o trabalho com os pés [movimentação]. Os pés estão pesados, parece que "estou de salto", a impressão é de de que a bola passa muito rápido. É complicado".
Nicolas Mahut pontuou que um dos grandes problemas da quarentena para ele e seus colegas foi "viver sem objetivos", já que "não há muito o que fazer quando se está o dia todo no sofá". Mesmo diante de um cenário ainda caótico e impreciso a respeito do calendário profissional, Mahut diz que agora tem um "fio de esperança" de ainda jogar tênis este ano e suas expectativas incluem a disputa de Roland Garros.
"Meu lado otimista, me diz que poderíamos jogar Roland Garros, e é por isso que estamos tentando retomar o treinamento e manter a alegria e o bom humor. Mas meu lado mais realista me diz que podemos esperar uma temporada muito complicada, até mesmo branca [sem torneios]... O certo é que não podemos nos dar ao luxo de retomar o circuito se houver risco de contaminação. Acho que todos concordamos com isso. Depois, portões fechados é uma solução? Não sei. Tudo está planejado, pelo menos sei que Roland está trabalhando nisso. Não é hora de entrar em controvérsias, precisamos ter cuidado e paciência".
Foto: Tennis Actu