Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, Fabio Fognini contou como está sendo o período de quarentena que vive com a esposa Flavia Pennetta e os filhos Federico e Farah na Itália. O tenista contou que não quer jogar Roland Garros após o US Open.
Fognini e Pennetta moram regularmente em Barcelona, na Espanha, mas o casal mantém casa na cidade natal de cada um deles, em Arma di Tagglia, cidade de Fognini, o casal possui uma casa com quintal e um apartamento em Brindisi, terra de Pennetta.
Em meio a crise de saúde causada pelo novo coronavírus, que atingiu primeiro a Itália e posteriormente à Espanha, o casal optou por voltar para Arma di Tagglia: "Voamos da Espanha um dia antes de fecharem tudo. Nossa menina ainda é pequena, mas aqui em Arma temos uma casa com um jardim, Federico (3 anos) tem mais espaço para brincar. Mas de vez em quando ele percebe a situação e fica um pouco triste. Tentei explicar para ele que é um momento difícil, que não há saída", contou o tenista.
Questionado se a temporada de tênis deveria ser cancelada ou adiada, Fognini revelou: "Não concordo em jogar Roland Garros apenas uma semana após o Aberto dos EUA. Entendo que serve para se recuperar [possíveis prejuízos], mas é muito próximo. Não estou falando de mim, mas para pessoas como [Rafael] Nadal e [Novak] Djokovic, que sempre vão longe, jogar quatro semanas de Slam em um mês não é saudável".
Interpelado pela reportagem que, por exemplo Nadal poderia pular o US Open, onde defende o título, e Roger Federer Roland Garros, o italiano pontuou que não acredita que Nadal tomaria tal decisão, porém Federer tem a Laver Cup, que recordou, será no mesmo período da data de Roland Garros.
11º do ranking da ATP, Fognini contou que mantém diálogo com a ATP, que tem buscado soluções para o calendário, mas ressaltou que a situação não é simples e que se mantiver no atual patamar o ano de tênis pode ser cancelado. Ao ser perguntado se aceitaria jogar durante o período do Natal, o atual campeão de Monte Carlos, revelou que já pretendia não ir aos torneios da China em outubro. "Eu já tinha decidido que não iria para a China em outubro, independentemente da infecção, não tava afim. O calendário inclui os Estados Unidos, depois à Ásia e a Europa novamente, mas o problema é que a situação é crítica em todos os lugares. Eu ouvi tantas pessoas quando o ATP teve que decidir o que fazer. Feliciano Lopez, que também é o diretor do torneio de Madri, Stan Wawrinka, Grigor Dimitrov ... Estávamos todos na mesma sintonia, ninguém queria jogar. Nem mesmo com os portões fechados. Porque os patrocinadores são muito importantes, mas jogamos para o público e são os espectadores que realizam os torneios. Em arquibancadas vazias, joguei a Copa Davis em Cagliari: é muito triste", revelou.
Fognini ainda ressaltou que sente falta de jogar tênis, mas que sua prioridade é sua saúde e da família: "A prioridade é a saúde, não só a minha, de toda a minha família. O tênis me fez viajar pelo mundo e ganhar muito dinheiro. Mas agora eu coloco isso em segundo plano".