Moradora de comunidade carioca usa Beach Tennis como ajuda para a cura do câncer

Um esporte com crescimento de 30% ao ano e cada vez mais amadores competindo Brasil afora, o Beach Tennis é capaz de revelar histórias de superação. Uma delas é a de Lídia Almeida, humilde senhora moradora da comunidade do Fogueteiro, no Rio Comprido, Rio de Janeiro, que há um ano sobreviveu a um câncer de mama tendo o esporte na praia como rota de fuga para a doença. Também pelo câncer ela perdeu esta semana sua irmã gêmea, Mária Perpétuo do Socorro, e não se deixa vencer pela dor e disputa neste sábado a categoria Iniciante da 1ª Copa Univeritas de Beach Tennis, competição com premiação de R$ 4 mil que vai até o domingo na praia do Flamengo. Ao todo o torneio tem 195 atletas do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Venezuela contabilizando quatro entre os 11 melhores do Brasil dois deles entre os 25 melhores do mundo no ranking da Federação Internacional de Tênis.

Lidia Almeida atuará com Bruna Araújo na Dupla Feminina neste sábado buscando o troféu com a vista do Pão de Açúcar na praia carioca. Ela é uma atleta originária do frescobol com finais em torneios regionais e há poucos anos iniciou no Beach Tennis onde pratica tanto na praia do Flamengo quanto em Copacabana e no Leblon

"Sou atleta de frescobol com vice-campeonatos regionais, vi a oportunidade de vir para o Beach Tennis pela facilidade de segurar a raquete e desenvolver atividades fora do Frescobol. Vim para o Beach Tennis pois a maioria das pessoas acreditam que uma pessoa com pouca altura não conseguiria desenvolver bem e quis provar para mim mesmo esse desafio", diz Lídia.

"Fui campeã e vice-campeã em torneios na minha categoria , não é a velocidade do tempo que interessa e sim o foco minha capacidade e a dificuldade do adversário, meus rivais sempre vão jogar no fundo pois sou baixinha, de um metro e meio. Sou uma atleta que busco meu melhor, mas não sou a melhor, só vivo em busco de qualidade de vida, encontro isso no Beach Tennis e busco sempre nos jogos usar o primeiro set para observar os defeitos dos meus adversários para colocar a bola onde eles têm mais dificuldades e mais perto do chão onde é mais difícil pegar".

Lídia conta seu drama de vida. Foi cerca de um ano batalhando contra um câncer de mama que descobriu por acaso após um acidente no metrô: "Fui vitimada de um câncer, perdi uma irmã há poucos dias, mas utilizo a palavra vitória, se Deus me deu a cura, ele me escolheu para ser uma vitoriosa e quando me vi curada me senti cada vez mais capacidade de entrar em quadra e mostrar para todas as pessoas que não é um câncer que me atropelou que vai me barrar de todos os meus sonhos. 

"Foi um câncer muito veloz, sofri um acidente no metrô, me empurraram, caí fui levada ao hospital e meu busto doía muito, cinco pessoas da minha família já tinham tido câncer no busto e fiz vários exames de imagem dias depois dando câncer invasivo, perdi 50% do busto, não quis colocar prótese, só quis que deixasse essa parte, foram sete sessões de quimioterapia e um ano de luta onde cheguei a parar por um tempo com o Beach Tennis. Agora quero agradecer a Deus por eu sair vencedora e por eu sempre ter acreditado que sairia vencedora e lutar contra a enfermidade, fico para contar a história para as pessoas onde digo para lutar, o fim da nossa jornada é quando Deus escolhe você. O Beach Tennis me dá vida, energia, mostra a mesma festividade e o brilho do resultado daquela jogada, cumprir o jogo todinho e orgulho do que fez mesmo que a vitória não venha, nunca sabemos quando será o fim e o dia de amanhã".

Lídia há poucos dias perdeu sua irmã gêmea Maria Perpétuo do Socorro pela mesma doença. Ela havia tido câncer de mama há cinco anos e descobriu um nódulo no pescoço onde descobriu o retorno da enfermidade e veio a falecer na semana: "Ela foi uma guerreira, não teve um câncer somente, ficou por mais de cinco anos curada do câncer de mama, depois descobriu um nódulo no pescoço e passou não aceitar o medicamento, foi descoberto que o câncer tinha tomado conta de todo o corpo e tinha mais o que fazer. Deus quis levá-la e sobrou eu para contar história e mostrar que vale a luta, a vida é maravilhosa".

Primeiros campeões definidos nas categorias Master e Duplas Mistas - A sexta-feira foi o dia dos veteranos e das duplas mistas. Na categoria Masculina 50+ título para Renê Lopes e Mauro Teixeira. Oscar Ferreira e Cesar Mastrangelo foram vice-campeões. Na Dupla Masculina 40+ caneco para Marcelo Aranha e Leonardo Padula e vice-campeonato para Ricardo Mopir e Gerardo Araújo. Entre as mulheres no 40+ caneco para Rosana Minervini e Maria Fernanda Dobes com vice para Angelina Nunes e Elza Marques.

Na dupla mista B caneco para Loana Martins e Fabiano Martins. Na dupla mista A o título ficou com Camila Sayure, que foi campeã mundial de Frescobol em 2015 no México, e o parceiro Marcelo Aranha.

A competição segue neste sábado com as Duplas Masculina e Feminina categorias A (Avançado), B (Intermediário) e C (Iniciante) e no domingo os Profissionais entram na areia do Flamengo com destaque para o top 10 mundial, Diogo Carneiro, de 24 anos, e seu parceiro Luiz Gimpel, a top 25 mundial, Flavia Muniz, de 39 anos e sua parceira Lorena Melo, 50ª do ranking mundial.

Tanto no sábado quanto no domingo as partidas começam às 9h. As finais dos profissionais acontecem no domingo às 13h a feminina e 15h a masculina com transmissão ao vivo do BTVid pela internet. O evento tem a locução de Marcus Linhares.
A 1ª Copa Univeritas de Beach Tennis tem o patrocínio da UNIVERITAS e apoios da Agência 2x2, Bumbum Ipanema e Espaço Laser.