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Ex-Nº 1 do mundo, Mirza pede movimento massivo para acabar com machismo no país

Terça, 25 de julho 2017 às 18:50:16 AMT

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A ex-número um do mundo nas duplas femininas, Sania Mirza, contou um pouco da sua história de luta contra uma sociedade milenarmente machista e preconceituosa e revelou que a muito que fazer pelas mulheres não apenas na Índia, seu país de origem.



Criada em moldes mais ocidentais e cosmopolitas, Sania Mirza nadou contra as correntes como ela e o pai, Imran, revelam em história apontada pelo blog espanhol Punto de Break.

Dona de seis títulos do Grand Slam, Mirza é certamente uma das mais, se não a mais importante, atleta indiana e utiliza de todo seu prestígio para as atividades da Fundação MARD, da qual é participante atuante, e que luta contra a discriminação de gênero e raça.

As atitudes e posturas ativistas de Mirza têm o apoio incondicional de seu marido, Shaob Malik, um dos mais famosos jogadores de críquete no país, o esporte mais popular da Índia.

"Quando eu tinha 12 anos diziam aos meus pais que se seguisse me deixando jogar tênis eu passaria da idade de me casar", contou a tenista revelando que não aceita os valores tradicionais indianos que tanto reduzem a liberdade das mulheres, com em outros lugares do mundo.

"As meninas com quem eu jogava desde pequena fora. Deixando o tênis aos poucos, porque suas famílias não consideravam que sendo mulheres poderiam se dedicar a isto. Eu sentia muito orgulho de ver que meus pais nunca me disseram que eu não era capaz de algo apenas por ser mulher e me incentivavam a seguir com meu sonho", revelou ela.

O pai da tenista contou que por volta dos quatro ou cinco anos, ela gostava de ver o pai jogando e acabava se tornando a boleirinha das disputas. "Seus primos e meninos que estava no clube zombavam dela, a imitavam e a diziam que ela nunca poderia jogar tênis porque era menina", revelou.

"As mulheres na Índia são tratadad como se fossem propriedade de outros, o importante é que se casem e não que pratiquem esporte", comentou Imran Mirza sobre a formação de meninas.

"Há muitas famílias que não dedicam o mesmo esforço nestes tema com um filho ou uma filha. Por sorte na minha foi assim", comemorou Sania, que não colocou panos quentes e revelou que vê machismo no circuito profissional: "O machismo não é apenas a violência e coisas extremas, mas vê em pequenos detalhes. Na WTA temos que seguir lutando pela igualdade de premiação".

Sania contou indignada que após vencer em Wimbledon 2016 o titulo de duplas feminina ao lado de Martina Hingis o que as pessoas perguntavam a ela era "quando ia ter um filho?" E pontuou: "Para mudar essa mentalidade é necessário um movimento cultural massivo, não serve apenas o meu exemplo e de meu pai", finalizou.

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