Presidente da CBT tenta interferir nas eleições da FTERJ com ameaças

O blog do jornalista Alexandre Cossenza traz uma denuncia de nova ação da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) em favor de pensamentos pessoais de seu presidente, Jorge Lacerda, que desta vez decidiu interferir nas eleições da FTERJ.

A Federação de Tênis do Rio de Janeiro (FTERJ) está com eleições abertas em que duas chapas se candidatam ao seu controle. A primeira é a da situação, chamada Avante Tênis Rio e quer reeleger o professor Renato Cito e a de oposição, liderada pelo ex-capitão da Copa Davis, Ricardo Acioly, denominada Tênis Unido/RJ.
Na carta, Lacerda faz ameaças caso Ricardo Acioly seja eleito e inclusive afirma que irá cortar apoio da FTERJ.

O catarinense destaca que a boa relação com a administração de Cito, pontua o fato de há três anos ele e sua equipe terem pegado a FTERJ em frangalhos e com contas bloqueadas e terem melhorado o cenário, de acordo com Lacerda no documento da CBT. O Tênis News apurou que essa boa relação descrita por Lacerda não era bem assim com Cito reclamando inclusive do processo eletivo da CBT realizado este ano.

Lacerda proferiu ataques ao que chamou de grupo 'opositor' a seu comando na CBT que teria Acioly entre os membros e ainda nas palavras do presidente da Confederação à 'Comunidade Tenística do Rio de Janeiro', o grupo será condenado "com certeza".

O presidente da CBT destaca ainda que há "conflito de interesses" em Acioly ser um empresário do tênis, atuando na organização do Rio Open e se candidatar à presidência da FTERJ.

Por fim, Lacerda destaca o relacionamento de "parceria e cumplicidade" com a administração Cito e ameaça que a situação com a FTERJ deve ficar abalada caso a chapa rival vença. A CBT destaca na sua carta a administração do Centro Olímpico de Tênis, que será em parceria com a FTERJ. Todavia o processo de licitação segue em curso e ainda não se sabe quem ficará com o local.

O jornalista disponibilizou um link para download do documento para quem quiser baixá-lo - clique aqui.
Em resposta as acusações de Lacerda, Acioly também escreveu uma carta. Ela também pode ser baixada aqui para se ler na íntegra.

Acioly contesta e rebate as acusações de Jorge pontuando que o atual presidente da FTERJ não tem a relação tão amistosa com a CBT como Lacerda descreve na carta. Pontua ainda que um presidente não deve ter tal tipo de postura para tentar interferir nas eleições de uma federação.

"Ao que parece, a declaração de apoio à chapa adversária pelo atual presidente da CBT está direcionada afim de resguardar interesses pessoais e não está dotada de legitimidade", pontua Acioly que recorda que o mandato de Lacerda tem duração até abril de 2017 e que no período de "parceria" entre as duas administrações poucos torneios da CBT foram realizados no Estado.

Acioly ainda pontua: "Sabemos que a eleição da CBT é formada por um colegiado de federações. Ou seja: uma mão lava a outra. Todos sabem que o atual presidente da FTERJ nunca se relacionou amistosamente com a CBT, e, que jamais buscou estreitar relacionamento entre as duas entidades simplesmente por não concordar com vários procedimentos e padrões da entidade e também por ter conhecimento de que a CBT à época teria se mobilizado para que o atual presidente não fosse eleito para FTERJ na última eleição".
O presidente da chapa Tênis Unido/RJ ressalta a "enxurrada de capital" em virtude dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro realizado dentro de suas gestões "oriundo de verba de patrocínio cedido por empresa estatal inclusive" e destaca que o sucesso administrativo obrigou a CBT a realocar sua sede da capital paulista para Florianópolis por não ter verba para arcar com os alugueis em São Paulo.

Por fim, Acioly lembrou que espera postura diferente do presidente eleito que assume em abril, Rafael Westrupp e que trabalhará "em prol do tênis no Rio de Janeiro".

A eleição no Rio de Janeiro está em curso com votação eletrônica até a sexta-feira, dia 16. Lacerda ficará no controle da CBT até abril quando Rafael Westrupp assumirá o cargo.