O espanhol José Perlas oficialmente não é mais o treinador do tenista italiano Fábio Fognini (49°). Perlas decidiu abrir o jogo para o imprensa sobre os motivos que o levou a romper um trabalho de cinco temporadas (2012-2016) com seu ex-pupilo.
Em entrevista exclusiva ao portal espanhol ‘Punto de Break’ Perlas deu os motivos de sua decisão em optar pela ruptura do trabalho com o italiano. Em cinco anos muitas coisas mudam, vivem-se momentos ruins, bons e é preciso muito vontade de dedicação para continuar a dar certo. Em análise simples, é possível dizer que o trabalho não foi dos mais vencedores, já que Perlas pegou Fognini em 48° do ranking ATP e encerrou a parceria na posição 49°. Porém, se tratando de Fábio Fognini, sabemos que nunca é tão simples assim analisar seu desempenho.
Com Perlas, Fognini viveu sua era ‘dourada’ nas quadras, conquistou seus primeiros títulos em 2013, em Hamburgo e Stuttgart, ambos na Alemanha, posteriormente viria a vencer Vina del Mar, no Chile em 2014 e Umag, na Croácia em 2016. Fognini também viveu uma era boa nas duplas, no ano de 2015, quando venceu o Australian Open ao lado do compatriota Simone Bolelli (453°), além de chegar a participar no mesmo ano do ATP World Tour Finals, nas duplas. A parceria também foi marcada por um grande abismo emocional de Fábio, que acabou se tornando um personagem caricato do circuito, arrumando fãs e ‘haters’ por onde estivesse.
Sobre a entrevista, Perlas se mostrou todo tempo grato e feliz por seu trabalho com o italiano, mas estava enfático sobre a decisão de ruptura. “2016 não foi um bom ano, a última temporada foi marcada pela lesão de Fognini no Rio de Janeiro que o manteve afastado das quadras por quase dois meses, além disso, também foi o ano de seu casamento, o que atrapalhou um pouco sua temporada. O ano não foi bom em resultados, mas graças ao título de Umag e a final de Moscou, Fognini conseguiu terminar entre os 50 melhores”, afirma Perlas.
Tratando da ruptura de parceria, Perlas é enfático sobre o motivo, “novo estímulos. Após os EUA, Fognini não se mostrou tão motivado a recuperar seu nível de entusiasmo, percebi que ele não estava feliz o suficiente para manter o compromisso. A decisão foi tomada em Xangai e estamos tranquilos com tudo, gratos um com outro com a compreensão e o profissionalismo”, aponta o espanhol.
Fognini homenageou o ex-treinador em carta, o chamando de ‘segundo pai’ e isso claramente mexeu com Perlas. “Sempre tive um ótimo relacionamento com Fábio e sua família, obviamente também o enxergo como um filho. Nestes cinco anos tenho passado mais tempo com ele do que com meu próprio filho. É um relacionamento diário e agradeço a ele por tudo, um sentimento puro e mútuo”, finaliza Perlas.